Coreia do Norte e Estados Unidos discutem retoma da ajuda alimentar
Estas conversações abrem, porém, sob o signo de algum cepticismo em relação a uma eventual mudança da política da Coreia do Norte no que toca ao programa de enriquecimento de urânio, e até mesmo sobre a retórica belicista: novos vídeos transmitidos pela televisão estatal mostram uma série de exercícios militares com artilharia pesada, realizados esta semana na costa sudoeste do país, perto da zona disputada com a Coreia do Sul.
O enviado especial dos Estados Unidos a estas negociações, Robert King, sublinhou na terça-feira à noite que a reunião de desta quarta-feira na China visa “ultimar todas as questões técnicas de forma a que a assistência alimentar possa começar a ser enviada”. A ajuda norte-americana à Coreia do Norte foi suspensa em 2009, numa altura de tensão crescente no palco internacional por causa no programa nuclear de Pyongyang, e a par de denúncias de que os alimentos não estavam a chegar às populações mais necessitadas no muito empobrecido país.
Esta via foi aberta depois de a Coreia do Norte ter anunciado que suspendia as actividades de enriquecimento de urânio assim como os testes de mísseis e que permitia ainda o regresso dos inspectores da Agência Internacional de Energia Atómica (organismo das Nações Unidas).
A reunião desta quarta-feira visa definir quais os portos a usar para fazer chegar a ajuda alimentar à Coreia do Norte, como vai ser monitorizada a distribuição dos alimentos e quais as organizações não governamentais que estarão envolvidas neste processo. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, estas conversações constituem a “última fase” para pôr em marcha a ajuda alimentar prometida pelos Estados Unidos, de cerca de 240 mil toneladas.