Coreia do Norte anuncia ensaio nuclear para desafiar "inimigo" americano

“Os diferendos com os Estados Unidos regulam-se pela força, não pelas palavras”, diz um comunicado oficial. China apela à contenção de "todas as partes".

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Imagem dos preparativos do lançamentde míssil, ou foguetão, norte-coreano, a 12 de Dezembro AFP

“Os satélites e mísseis de longo alcance que continuaremos a lançar e o ensaio nuclear de alto nível a que procederemos visam o nosso inimigo jurado, os Estados Unidos “, anunciou a comissão de defesa nacional, numa mensagem divulgada pela agência oficial coreana KCNA. “Os diferendos com os Estados Unidos regulam-se pela força, não pelas palavras”, acrescenta.

O texto, que tem como título “Iniciar uma confrontação total para salvaguardar a soberania da nação e do povo”, não inclui, segundo o relato da AFP, qualquer indicação quanto à data em que poderá ser realizado o ensaio. Também não esclarece o significado da expressão “alto nível”. A agência noticiosa avança que poderá significar a intenção de fazer explodir uma bomba de urânio em vez do plutónio usado nas anteriores.

“É muito possível que utilize urânio altamente enriquecido para o seu ensaio”, disse Kim Yong-Hyun, especialista em estudos norte-coreanos na universidade de Dongguk, na Coreia do Sul.

Na terça-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, votou uma resolução que impõe o alargamento de sanções à Coreia do Norte na sequência do lançamento de um míssil, ou foguetão, a 12 de Dezembro –  acto que as autoridades de Pyongyang disseram ter fins pacíficos.

Desta vez, ao contrário do que é habitual, a resolução do Conselho de Segurança, que o regime norte-coreano considera “ilegal” , foi votada favoravelmente pela China, o principal aliado do regime norte-coreano.

Pouco depois de ter sido aprovada, a Coreia do Norte reagiu, dizendo que o seu programa de armas nucleares  não é negociável e sugerindo já a hipótese de fazer o que seria o seu terceiro ensaio nuclear. Os dois anteriores testes nucleares foram feitos em 2006 e 2009. Em ambos os casos os lançamentos foram precedidos de lançamento de mísseis de longo alcance.

Em visita à Coreia do Sul, o enviado especial norte-americano para a Coreia do Norte, Glyn Davies, apelou a Pyongyang para não concretizar a sua ameaça. “Seria um erro e uma oportunidade perdida”, disse. A Coreia do Sul recomendou ao vizinho do Norte que tenha em conta a posição da comunidade internacional e renuncie a “qualquer novo acto de provocação, incluindo testes nucleares”. 

A China apelou à contenção de "todas as partes" e pediu que se abstenham de "acções que possam agravar as tensões na região".

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