Combatente sírio arranca coração de inimigo
A Human Rights Watch diz que Abu Sakkar cometeu um "crime de guerra". Oposição diz que será julgado.
O maior grupo da oposição da Síria, país onde há quase dois anos se trava uma guerra civil, disse que Sakkar, um conhecido activista de Homs, será julgado.
O vídeo que começou a circular no domingo mostra Sakkar a tirar o coração de um inimigo morto. "Vocês, soldados do cão Bashar, juro que comeremos os vossos corações e as vossas vidas", diz o homem que está em pé sobre o corpo morto e referindo-se às tropas do Presidente Bashar al-Assad, que a oposição quer tirar do poder.
A Human Rights Watch, uma organização de defesa dos direitos humanos com sede em Washington (Estados Unidos da América), diz que Abu Sakkar é o líder de um grupo chamado Brigada Independente Omar al-Farouq.
A oposição armada está unida debaixo da liderança do Exército Livre da Síria, mas há muitos grupos armados que operam de forma independente, estimando-se que 200 mil combatentes agem por sua conta.
"A mutilação de corpos de inimigos é um crime de guerra. Mas mais problemático do que isso é o rápido crescimento do sectarismo [entre os grupos armados] e da retórica da violência", diz um comentário da HRW citado pela BBC. Este grupo refere também que este combatente já surgira em vídeos anteriores (que começam a ser divulgados sem haver a possibilidade de se confirmar onde e quando foram filmados) a disparar rockets e posando com corpos de imimigos, ou seja soldados governamentais, mortos.
A guerra civil na Síria já matou 70 mil pessoas, de acordo com os dados recolhidos pelas Nações Unidas, e fez milhares de refugiados; só na Turquia estão 300 mil.
A mediação internacional, liderada pela ONU, não deu frutos e a Rússia propôs aos Estados Unidos da América, ao Reino Unido e a outros países envolvidos no esforço diplomático para acabar a guerra a realização de uma cimeira em Genebra (Suíça). O Governo sírio já deu um aprimeira resposta à proposta de Moscovo: precisa de mais elementos para decidir se participa ou não num encontro – onde deverão estar representantes da oposição – que pode "prejudicar a soberania nacional".