Explosão em mina de carvão faz 157 mortos na Turquia
Mais de uma centena de pessoas estarão ainda encurraladas na mina.
Um problema eléctrico provocou uma explosão que desencadeou um incêndio e fez desabar parte dos canais que formam a mina. Os mineiros – estavam dentro da mina cerca de 580 pessoas, adianta a versão em inglês do jornal Hürriyet – estavam presos a uns dois quilómetros de profundidade e a quatro quilómetros da entrada.
O autarca avançou os números à televisão CNN Türk. Os números oficiais, avançados uma hora mais cedo, eram muito mais recuados, embora fossem provisórios: 17 mortos e 11 feridos, tendo sido retiradas do interior da mina 280 pessoas.
A explosão aconteceu durante uma mudança de turnos. As mortes e ferimentos tinham a ver com queimaduras e asfixia.
“Não quero avançar com nenhum número. A nossa prioridade é chegar aos mineiros debaixo de terra”, disse aos jornalistas em Ancara o ministro da Energia, Taner Yildiz, antes de partir para Manisa, no ocidente da Turquia. “Quatro equipas de socorro estão a trabalhar na mina. O problema é o fogo, mas estamos a enviar oxigénio para as galerias que não foram afectadas pelo desabamento”, disse ainda o ministro.
O primeiro-ministro, Recep Erdogan, cancelou uma viagem oficial à Albânia para se deslocar ao local do acidente
“Estão a bombear oxigénio para a mina, mas o incêndio continua. Dizem que foi uma falha eléctrica, mas é possível que o carvão também esteja a arder”, disse à Reuters Tamer Kucukgencay, presidente do sindicato regional.
O Ministério Turco do Trabalho e da Segurança Social indicou que esta mina tinha sido inspeccionada pela última vez a 17 de Março e que aplicava as normas em vigor. Mas o mineiro Oktay Berrin disse algo diferente à AFP: "Não há segurança nenhuma nesta mina. Os sindicatos são meras marionetas e a administração só pensa em ganhar dineiro".
A BBC escreve que as medidas de segurança nas minas de carvão da Turquia ficam bem atrás das que vigoram na maioria dos países industrializados. O pior desastre mineiro do país aconteceu em 1992, quando 270 mineiros morreram perto de Zonguldak, no mar Negro.