Casa Branca aconselha Nicolas Maduro a dialogar com os venezuelanos

Manifestantes mantém pressão sobre o Governo. Presidente diz ter "provas irrefutáveis" de intervenção estrangeira para desestabilizar o país.

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Motociclistas marcharam em Caracas para apoiar o Presidente REUTERS/Carlos Garcia Rawllins

“Estamos preocupados com os desenvolvimentos na Venezuela, e mantemo-nos em contacto com os nossos parceiros da organização dos Estados Americanos e outros actores regionais com o objectivo de fomentar um diálogo genuíno entre os venezuelanos”, comentou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Sem responder directamente ao convite formulado por Maduro para uma ronda de conversações destinadas a “pôr a verdade em cima da mesa”, o porta-voz da Administração Obama aconselhou o líder venezuelano a “focar a sua atenção no diálogo com o povo venezuelano, porque isso é o que verdadeiramente importa”.

O Presidente venezuelano acusou os Governo americano, “grupos conservadores” e ainda os media norte-americanos como a CNN de estarem por trás da contestação ao seu Governo, com o objectivo de desestabilizar a Venezuela. Maduro prometeu apresentar, esta noite, “provas irrefutáveis” da actividade de grupos mercenários estrangeiros que disse serem responsáveis pela promoção da violência dos últimos dez dias, que já fez 13 mortos e mais de 150 feridos.

Num discurso perante um grupo de apoiantes, que marchou por Caracas em motorizada, Maduro deu conta da detenção de um “mercenário trazido do Médio Oriente e preparado para armadilhar carros e conduzir-nos a uma loucura como na Líbia ou na Síria”. Os motociclistas respondiam à constituição, anunciada na véspera, de uma nova “Comissão Nacional de Motorizados pela Paz”.

Logo pela manhã, os opositores tomaram a rua, batendo em tachos contra o Governo e bloqueando a circulação na capital. “Tenho a garagem vazia, ninguém consegue cá chegar. As ruas foram todas cortadas, e isto só vai acabar quando Maduro se for embora, não há outra solução”, disse à Bloomberg Gustavo Macarel, dono de uma garagem no bairro de Chacao, em Caracas. Acções semelhantes multiplicaram-se nas cidades de Maracaibo e Valência, mas os protestos foram pacíficos.

O Presidente marcou para hoje uma reunião do Conselho federal do Governo, onde têm assento os governadores, como o seu rival presidencial e líder da oposição, Henrique Capriles, que não confirmou a sua presença no encontro. "Nicolás, o resto do mundo começa a usar a palavra genocídio para descrever o que andas a fazer", escreveu Capriles no Twitter.

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