Atentado no Afeganistão mata 89 pessoas
A maior parte dos mortos são mulheres, crianças e lojistas de um mercado.
De acordo com o Ministério da Defesa, que avançou os números, o mercado de Orgun, nesta província junto à fronteira com o Paquistão, estava apinhado, com a população a fazer as compras do Ramadão (durante este mês sagrado, os muçulmanos festejam o fim do jejum a cada noite e trocam presentes). A maior parte dos mortos, disse à BBC uma fonte da Defesa, são mulheres, crianças e lojistas.
Paktika é uma província muito volátil, com uma organização tribal. Orgun é considerada uma zona bastante segura, apesar da presença de membros da rede Haqqani, fortemente implantada na província paquistanesa do Waziristão. A rede Haqqani é um grupo islamista radical com ligações aos taliban que opera na zona de fronteira entre os dois países.
Na semana passada, o grupo tentou matar, através de um ataque suicida, um comandante da polícia que as autoridades dizem ser o principal responsável pela pouca actividade da Haqqani na zona. Os carros armadilhados são a imagem de marca do grupo na província afegã. Porém, nos últimos anos, a polícia tem conseguido identificar os veículos e desmantelar os engenhos explosivos.
Este ataque é um sinal de que a relativa tranquilidade na província pode ser quebrada a qualquer momento, e mais um elemento sobre a fragilidade da capacidade do poder central em garantir a segurança. O ataque ocorreu horas depois de dois homens que trabalhavam para o Presidente cessante, Hamid Karzai, terem sido mortos em Cabul.
Os afegãos elegeram no dia 14 de Junho um novo Presidente, mas os resultados ainda não foram anunciados devido às acusações de fraude eleitoral. Os dois candidatos, Abdullah e Ashraf Ghani, concordaram com uma proposta dos Estados Unidos para ser feita uma investigação exaustiva às acusações de fraude de forma a, rapidamente, o país ter um chefe de Estado. Os resultados preliminares apontam para uma vitória de Ghani.