Atentado mata 15 pessoas e fere mais de cem no Egipto

Maioria das vítimas são polícias. Primeiro-ministro interino refere-se à Irmandade Muçulmana como "organização terrorista". Islamistas também condenam atentado.

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Efeitos da explosão em Mansoura MAHMOUD KHALED/AFP

A maioria das vítimas são polícias – segundo o governador da província de Daqahleya, Omar al-Chaouatfy. No atentado foram, segundo os serviços de segurança, usados dezenas de quilos de explosivos. Um prédio vizinho entrou também em colapso.

Os ataques contra as forças de segurança multiplicaram-se no Egipto desde que, em Julho, o Exército – alegando estar a responder à vontade de milhões de egípcios – destituiu o Presidente islamista, Mohamed Morsi.

As autoridades interinas falam em tentativa de travar a transição prometida. Para meados de Janeiro está previsto um referendo constitucional que a Irmandade Muçulmana – a que Morsi pertence – anunciou boicotar.

A Irmandade, que tem sido reprimida pelas actuais autoridades, também condenou o ataque, um dos mais sangrentos desde a destituição do primeiro Presidente democraticamente eleito no Egipto.

Pouco antes da explosão em Mansour, um conselheiro do primeiro-ministro Hazem Beblawi disse à agência oficial Mena que o chefe do Governo tinha qualificado a Irmandade Muçulmana como “organização terrorista”. A declaração, como observou a AFP, não tem consequências imediatas para o movimento islamista, já interditado.

Beblawi afirma que “o terrorismo não travará” a transição que deve ser concluída com eleições legislativas e presidenciais em meados de 2014. Numa visita aos polícias feridos, o ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, prometeu “eliminar os terroristas”.

No comunicado em que condena “nos termos mais firmes” o atentado, a Irmandade refere-se também às declarações do chefe do Governo. “Não há nada de surpreendente no que diz Beblawi, o primeiro-ministro marioneta da junta militar, decidido a explorar o sangue de egípcios inocentes com declarações incendiárias destinadas a criar mais violência, caos e instabilidade.”

Mohamed Morsi é acusado de evasão da prisão, durante a revolta de 2011; da morte de manifestantes e de espionagem a favor de organizações terroristas. A maior parte da direcção da Irmandade Muçulmana está também na prisão.

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