Ataque do grupo islamista Boko Haram mata pelo menos 100 pessoas

Membros das comunidades locais acreditam que este ataque se tratou de uma vingança.

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Abubakar Shekau, líder do grupo terrorista Boko Haram AFP

Segundo o relato do jornal nigeriano The Guardian, homens armados e vestidos com uniformes militares destruíram casas e igrejas, matando à queima-roupa todos os moradores que tentaram fugir.

Os líderes das comunidades locais afirmam que o número de mortes pode chegar a 400 ou mesmo a 500, apesar de não ser possível verificar esta informação – é difícil comunicar com a região e os serviços de emergência têm dificuldades para chegar ao local.

Se estes dados se confirmarem, o ataque às comunidades de Attagara, Agapalwa e Aganjara será um dos mais mortíferos dos últimos cinco anos. "O número de mortes é imenso, mas ninguém pode fazer uma estimativa correcta por agora, porque os rebeldes ainda estão lá. Eles controlam toda a área", disse à AFP o deputado Pedro Biye.

O jornal nigeriano Puche cita uma fonte das autoridades de segurança do país, não identificada, segundo a qual "os moradores acreditaram que os terroristas eram militares, e não do Boko Haram".

"Quando se aperceberam, já era tarde de mais", disse a mesma fonte, acrescentando que os terroristas "só pouparam as mulheres. As crianças foram retiradas dos colos das suas mães e foram assassinadas".

A região de Gwoza faz fronteira com os Camarões e é cercada por montanhas e pela floresta Sambisa, uma conhecida base do Boko Haram e foco das buscas militares nigerianas pelas 200 alunas sequestradas no dia 14 de Abril.

Bulus Yashi, habitante da aldeia de Attagara, região predominantemente cristã, disse ao Puche que o ataque terá sido uma represália pela morte de quatro homens do Boko Haram no dia  25 de Maio, na sequência de um ataque a uma igreja local. "Acreditamos que eles vieram numa missão de vingança", disse.

Os moradores terão pedido garantias aos militares nigerianos para que estes os protegessem de quaisquer represálias do Boko Haram, mas dizem que não foram enviadas tropas.

Segundo o Governo, caças da Força Aérea nigeriana bombardearam na quarta-feira a área controlada pelo Boko Haram, para tentar expulsar o grupo da região.

Os islamistas intensificaram recentemente os ataques no estado de Borno, perto da fronteira com os Camarões, saqueando lojas de alimentos e matando vários habitantes.

Os civis têm sido cada vez mais alvos da violência e estima-se que mais de 2000 foram mortos só este ano.

Segundo os números das Nações Unidas, cerca de 300.000 pessoas, mais de metade crianças, fugiram das suas casas no nordeste da Nigéria desde que o estado de emergência foi imposto, em Maio de 2014.

Texto editado por Alexandre Martins

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