Ataque islamista a residência universitária faz 40 mortos na Nigéria
Estabelecimentos de ensino e outros alvos civis têm sido visados por acções do grupo islamista Boko Haram, em resposta a uma ofensiva militar.
O ataque foi atribuído pelo porta-voz militar do estado de Yobe, Lazarus Eli, “aos terroristas do Boko Haram”. Estabelecimentos de ensino e outros alvos civis têm sido visados por acções do grupo islamista Boko Haram, em resposta a uma ofensiva militar.
O ataque à Faculdade de Agricultura de Gubja , cidade de uma zona rural, 50 quilómetros a Sul de Damataru, a capital do estado de Yobe, ocorreu enquanto os estudantes dormiam. Uma testemunha quantificou à Reuters em 40 o número de cadáveres - na maior parte de jovens - transportados para o principal hospital de Yobe.
O nordeste da Nigéria tem sido, nos últimos meses, palco de violentos ataques contra estudantes, todos imputados ao Boko Haram. O mais mortífero ocorreu em Julho, na cidade de Mamudo, quando atacantes lançaram granadas e dispararam em dormitórios, matando pelo menos 41 pessoas, principalmente estudantes.
Há pouco mais de uma semana, elementos do grupo islamista disfarçados de soldados mataram pelo menos 142 pessoas (159, noutras versões) na cidade de Benisheik, estado de Borno.
Milhares de pessoas – 3600, segundo a organização não-governamental Humans Right watch – foram mortas desde que o Boko Haram entrou em guerra com o Estado, em 2009, transformando-se de movimento religioso opositor da cultura ocidental em milícia armada associada à rede Al Qaeda.
O Boko Haram e outros grupos islamistas, como o Ansaru, igualmente associado à Al-Qaeda, tornaram-se a maior ameaça à estabilidade da Nigéria – segunda maior economia de África e principal produtor de petróleo do continente.
O Presidente Goodluck Jonathan declarou em Maio a situação de emergência em três estados do noroeste, incluindo Yobe, e ordenou uma ofensiva militar contra o Boko Haram. Depois de uma aparente falta de reacção inicial, com os islamistas a abandonarem algumas das suas bases, começaram os ataques a escolas, que vêem como veículo da educação e cultura ocidental, e contra as forças de segurança e civis que as apoiam.