A mudança já era esperada, devido à aproximação do final do mandato do actual secretário-geral, a 30 de Setembro. Jens Stoltenberg iniciará funções no dia 1 de Outubro.

"Esta tarde, o Conselho do Atlântico Norte decidiu nomear o sr. Jens Stoltenberg como secretário-geral da NATO e presidente do Conselho do Atlântico Norte, sucedendo a Anders Fogh Rasmussen. O sr. Stoltenberg assumirá as suas funções de secretário-geral a partir de 1 de Outubro de 2014, quando o mandato do sr. Fogh Rasmussen chega ao fim, após cinco anos e dois meses na liderança da aliança", lê-se no comunicado publicado no site da NATO.

O ainda secretário-geral da organização elogiou o seu substituto em mensagens publicadas na rede social Twitter.

"Conheço Jens Stoltenberg há muitos anos e sei que ele é o homem certo para continuar a desenvolver a força e o sucesso da NATO após a cimeira no Reino Unido", marcada para os dias 4 e 5 de Setembro na cidade de Newport, no País de Gales.

Entre a felicitação e o elogio a Jens Stoltenberg, Anders Fog Rasmussen deixou também um alerta sobre o futuro da organização: "A crise na Ucrânia e na Rússia mostra que a NATO precisa de continuar a ter uma liderança forte e determinada."

Jens Stoltenberg, de 55 anos, foi primeiro-ministro da Noruega em duas ocasiões – primeiro entre 2000 e 2001 e depois entre 2005 e 2013. É líder do Partido Trabalhista norueguês (de centro-esquerda) há 12 anos, acumulando a função de líder da bancada parlamentar.

Durante os seus mandatos como primeiro-ministro, a Noruega aumentou e modernizou a sua capacidade militar, sendo hoje em dia um dos países mais activos nas missões da NATO.

Stoltenberg era primeiro-ministro norueguês quando Anders Breivik matou 77 pessoas num massacre na ilha de Utoya (onde decorria um acampamento da juventude do seu Partido Trabalhista) e com a detonação de uma bomba junto à sede do Governo norueguês, em Oslo.

Em Agosto do ano passado, no âmbito da campanha eleitoral para as eleições legislativas no país, viu-se envolvido numa pequena polémica, quando conduziu um táxi pelas ruas da capital norueguesa, incógnito, com o objectivo de ouvir as opiniões dos cidadãos. Poucos dias depois, o tablóide Verdens Gang revelou que cinco dos 14 passageiros que foram filmados por câmaras ocultas tinham sido escolhidos num processo de selecção feito na rua.

O nome de Stoltenberg já tinha merecido o apoio de líderes como o Presidente dos EUA, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, mas entre os outros possíveis candidatos estavam o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso; o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros italiano Franco Frattini; e o actual ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslav Sikorski.