Ex-mordomo do Papa roubou documentos que Bento XVI mandou destruir

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Paolo Gabriele é acusado de roubo qualificado Reuters

Segundo os quatro polícias ouvidos — Luca Cintia, Stefano De Santis, Silvano Carlo e Luca Bassetti, todos eles estiveram nas buscas feitas à casa do mordomo —, havia documentos originais e fotocópias, alguns deles estavam encriptados, outros tinham Bento XVI como remetente ou destinatário.

Os quatro polícias relataram o que viram quando entraram em casa do mordomo. Havia muita papelada e muito desarrumada. Os referentes ao Papa e ao Vaticano estavam “habilmente dissimulados” na confusão.

Paolo Gabriele era um dos homens mais próximos de Bento XVI. Entrava e saía com grande liberdade dos aposentos privados, tanto em Roma como na residência de férias do Papa. A sua função era a de ajudar com as tarefas rotineiras e estar ali para o que fosse preciso — vestia o Papa mas também viajava na parte da frente do papamóvel. Foi preso em Maio, depois de uma investigação às fugas de informação que ocorriam.

Na terça-feira, o próprio mordomo dissera em tribunal que começara a levar documentos para casa em 2010 e prosseguira em 2011. Alguns desses documentos foram usados pelo jornalista Gianluigi Nuzzi no livro "Sua Santità", que expõe o clima de intriga e de animosidade que se vive no Vaticano. O número dois da Igreja de Roma, o cardeal Tarcicio Bertone, é particularmente visado na obra.

Os polícias referiram-se também à acusação do mordomo de ter sido maltratado na prisão do Vaticano. “Desde o primeiro momento o comandante da polícia do Vaticano, Domenico Giani, deu ordem a todos para tratar bem Gabriele e toda a sua família, e assim foi feito”, disse Luca Cintia, vice-comissário da polícia do Vaticano.

O ex-mordomo do Papa pode ser condenado a quatro anos de prisão por roubo agravado. O julgamento termina amanhã e o veredicto será conhecido no sábado.

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