Antigo dirigente do IRA morto em Belfast
Líder do Sinn Féin, Gerry Adams, disse que o homicídio de Davison será "condenado por todas as pessoas sensíveis".
Gerard "Jock" Davison foi baleado várias vezes por volta das 9h15 na zona de Markets, de acordo com o Belfast Telegraph. A vítima fez parte do núcleo de Belfast do IRA e, mais tarde, apoiou o plano de paz do Sinn Féin. Actualmente desenvolvia trabalho comunitário no bairro onde acabou por ser morto.
No local do crime foi montado um grande aparato policial e correspondentes dizem ter visto várias crianças a correrem para o sítio onde Davison foi assassinado enquanto gritavam "Papá!".
Davison foi investigado pelo alegado envolvimento no homicídio de Robert McCartney, no centro de Belfast, em 2005. McCartney foi agredido e esfaqueado depois de ter ajudado um amigo que se tinha envolvido numa rixa num bar. A irmã de McCartney acusou Davison de ter ordenado o assassinato, algo que o antigo comandante do IRA negou posteriormente.
"Nunca dei qualquer informação sobre os meus camaradas ou amigos durante os meus 25 anos no movimento republicano. Qualquer republicano que me conheça sabe isso", disse Davison numa entrevista à Sunday Life, recordada pelo jornal The Guardian.
A família de Davison esteve envolvida no movimento republicano irlandês durante os "troubles" – o período de três décadas de violência entre organizações paramilitares republicanas irlandesas, como o IRA, e grupos leais à monarquia.
O seu tio, Brendan "Ruby" Davison, condenado pelo seu papel no IRA, foi assassinado pela Força Voluntária do Ulster em 1988.
"Jock" subiu na hierarquia do IRA durante a década de 1980 e tornou-se comandante da organização em Belfast.
O líder do Sinn Féin, Gerry Adams, afirmou que o homicídio de Davison será "condenado por todas as pessoas sensíveis". "Não há lugar para este tipo de actos na Irlanda", acrescentou.
O processo de paz na Irlanda do Norte tem sido globalmente respeitado, mas continuam a ocorrer alguns episódios de violência sectária e as comunidades católica e protestante continuam a viver de forma separada.