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A mulher de Hitler poderia ter origens judias

Um programa do Channel 4 analisou o ADN de Eva Braun e encontrou uma curta sequência genética associada aos judeus asquenaze.

Foto
Evan Braun e Hitler, em 1945 DR

Braun apaixonou-se por Hitler quando tinha apenas 17 anos, menos 23 do que ele, depois de o conhecer durante uma sessão fotográfica. Antes de permitir que a jovem se aproximasse, escreve o jornal Independent, Hilter mandou o seu secretário, Martin Bormann, investigar a família Braun para garantir que ela não tinha antecedentes judeus.

O cabelo analisado pelo programa do Channel 4, que será transmitido na próxima quarta-feira, vem de uma escova que um militar norte-americano retirou da casa onde Braun vivia quase em permanência, em Berghof, nos Alpes. Hitler temia que a relação afectasse a sua imagem e manteve-a a viver longe, proibindo qualquer sinal de intimidade em público.

Paul Baer, um capitão do Exército que estava estacionado em Berghof, trouxe vários objectos pessoais de Braun numa visita à casa, logo depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Há fotografias do capitão dentro da casa e a escova foi autenticada por peritos.

O filho de Baer vendeu a escova a um antiquário que separou o cabelo e o apresentador do programa do Channel Four, Mark Evans, acabou por comprar oito fios por 2 milhões de dólares (quase 1,5 milhões de euros).

Os cientistas forenses que extraíram o ADN e o sequenciaram concentraram-se no estudo do seu ADN mitocondrial – as mitocôndrias estão fora do núcleo da célula e são transmitidas apenas através da linha maternal, sem modificações. De acordo com a tradição judaica, é-se judeu quando se é filho de mãe judia.

Ora no ADN mitocontrial de Eva von Braun encontraram o haplogrupo N1b1, uma curta sequência genética associada aos judeus asquenaze.

Os haplogrupos são grupos de sequências de ADN que partilham um antepassado comum que teve uma determinada mutação genética. São muito úteis para definir populações genéticas e hereditariedade, através da linha matrilinear (usando o ADN das mitocôndrias) ou a linha patrilinear (através do cromossoma Y, que é transmitido só entre pai e filho).

Para confirmar estes resultados, o Dead Famous DNA tentou obter amostras de ADN das duas descendentes vivas de Braun, mas ambas recusaram.

O homem que ordenou o extermínio de seis milhões de judeus viveu os seus últimos dias num bunker em Berlim, acompanhado por Braun e pelos principais colaboradores e suas famílias. No dia 29 de Abril de 1945, casou com Braun, numa cerimónia que teve como testemunhas o seu ministro da Propaganda, Joseph Goebbels, e o secretário Martin Bormann. No dia seguinte, o casal suicidou-se com cianeto (Hitler também deu um tiro na cabeça).

Como o nome indica, o programa do Channel 4 dedica-se a revelar os segredos genéticos de personagens históricas (já o fez com Napoleão ou John F. Kennedy, por exemplo). As especulações sobre as alegadas origens judias do próprio Hitler já alimentaram vários estudos inconclusivos e custaram ao Dead Famous DNA um embaraço, quando se soube que o controverso historiador David Irving (que nega o Holocausto) vendeu ao programa amostras de cabelo que seriam do Füher

Notícia corrigida às 22h36 Martin Bormann era secretário e não secretária

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