62% dos eleitores europeus "não estão interessados" nas eleições
No final do mês realizam-se eleições nos 28 países da União. Merkel é a líder com maior taxa de aprovação, Hollande o menos popular.
Apesar dos esforços das campanhas para mobilizarem o eleitorado e explicarem a relevância desta votação, que deverá servir para escolher a liderança europeia dos próximos cinco anos, o inquérito a quase nove mil pessoas em 12 países mostrou que 62% dos inquiridos “não estão interessados” ou “estão pouco interessados”. Só 35% dos que responderam deram a certeza de ir votar, uma quebra em relação a 2009, quando votaram 43% dos eleitores.
Os maiores entusiastas são os belgas (53%), seguidos dos franceses (44%) e dos holandeses (41%).
Os menos interessados nas europeias são os britânicos (27%) e os polacos (20%).
As sondagens mostram que os grupos de extrema-direita vão ter um bom resultado e em França e na Holanda deverão ganhar, o que os torna potencialmente na mais poderosa força política do próximo Parlamento Europeu.
A sondagem mostra dados interessantes sobre a percepção dos cidadãos em relação aos líderes. A alemã Angela Merkel é a mais reconhecida e a que recebe uma maior taxa de aprovação, com 51% dos inquiridos a considerarem o seu trabalho “muito positivo” ou “bastante positivo”. O britânico David Cameron surge em segundo lugar (35%).
O líder menos popular é o francês François Hollande: tem 32% de opiniões positivas e 32% negativas.
As eleições vão decidir quem são os 751 deputados do Parlamento Europeu entre 2014 e 2017 e também determinar quem será o presidente da Comissão Europeia, o órgão executivo da União Europeia que tem o direito de fazer propostas legislativas.
Os maiores grupos políticos europeus – o centro-esquerda Socialista e o centro-direita Partido Popular Europeu, o Liberal e Os Verdes – nomearam candidatos à presidência da Comissão, respectivamente o alemão Martin Schulz, o luxemburguês Jean-Claude Juncker, o belga Guy Verhofstadt e a alemã Ska Keller. Mas num sinal preocupante para as campanhas, que há dois meses se esforçam para dar visibilidade aos seus candidatos, a sondagem mostra que 60% dos eleitores não sabe quem eles são.
A sondagem, feita pela Ipsos-MORI no mês de Abril, ouviu 8833 pessoas na Bélgica, Reino Unido, Croácia, França, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Holanda, Polónia, Espanha e Suécia.