UE exige que Gâmbia pare a execução de condenados
Presidente deste país apoiado por Bruxelas disse que até Setembro todos os presos no corredor da morte seriam executados
A União Europeia (UE) pediu ontem à Gâmbia que renuncie "imediatamente" à execução de condenados à morte. Perante notícias de várias execuções na quinta-feira, após o anúncio do Presidente Yahya Jammeh de que pretendia cumprir a sentença de todos os condenados à morte até meados de Setembro, a UE anunciou que irá preparar "uma resposta apropriada".
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, condenou as execuções e a intenção do Presidente. "Exijo que parem imediatamente as execuções", disse. "E à luz das execuções, a UE vai examinar com urgência uma resposta adequada."
A Amnistia Internacional denunciara na sexta-feira ter recebido informações credíveis, "segundo as quais nove pessoas foram executadas [na quinta-feira] à noite na Gâmbia". O anúncio de Jammeh tinha sido feito dias antes.
De acordo com a AFP, desde Julho de 2010 foram condenadas à pena capital 47 pessoas - duas por traição e duas estrangeiras - neste país da África ocidental e que há 18 anos é liderado com mão de ferro por Yahya Jammeh. No seu discurso sobre os condenados à morte, o Presidente disse : "Vão ter o que merecem."
O comunicado de Catherine Ashton tem, segundo os analistas, um tom mais duro do que o habitual para a UE - que se opõe à pena de morte seja onde for. Exige ao regime que adopte medidas relativas à protecção dos direitos humanos. Também a União Africana pediu às autoridade da Gâmbia para pararem de matar condenados à morte.
Ashton não adiantou que posição poderá adoptar a União Europeia, que há várias nos tem em aplicação um plano de apoio à Gâmbia, que faz parte do Fundo Europeu de Desenvolvimento, que prevê a atribuição de 65,4 milhões de euros a este país até 2013.
A oposição pediu a aplicação de sanções contra o regime, nomeadamente restrições de viagens para o Presidente e para os membros do Governo.