Casa Branca cria gabinete para coordenação da ciberdefesa
a O Presidente norte-americano, Barack Obama, anunciou ontem a criação de um gabinete na Casa Branca dedicado a coordenar os esforços de protecção dos EUA contra ciberataques. A novidade surge numa altura em que também o Pentágono está preocupado com o assunto e tem planos para formar um comando militar dedicado à ciberguerra. "Não estamos tão preparados como devíamos estar", admitiu Obama, sublinhando que "o ciberespaço é real, tal como os riscos que lhe estão associados".
O plano revelado pelo Presidente americano prevê também uma maior sensibilização pública para o problema e o recurso a mais mão-de-obra especializada.
Ainda não se sabe quem vai chefiar o novo gabinete, mas o nomeado deverá ser revelado em breve. Para além das medidas anunciadas, a Casa Branca vai ainda emitir uma série de directivas secretas para orientar a actuação dos militares em caso de ciberataques.
Já a ideia do Pentágono de criar uma divisão dedicada à ciberguerra está ainda para ser discutida formalmente com o Presidente americano. Obama, contudo, deverá dar luz verde ao projecto, avançou o New York Times.
Há muito que os EUA estão preocupados com os ciberataques de que têm sido alvo. E os especialistas já avisaram que, devido ao alto nível de informatização, este é um país particularmente vulnerável a este tipo de ofensivas.
Um ciberataque pode ir de casos relativamente simples (como alterar um site do governo, com o objectivo de espalhar desinformação), até ofensivas mais complexas e de grandes repercussões: intrusões em redes de sistemas bancários ou da bolsa, de controlo de tráfego aéreo, da gestão de hospitais e de serviços públicos, como o fornecimento de água e electricidade.
Este ano, os EUA revelaram que um atacante desconhecido conseguiu entrar no sistema informático responsável pela rede eléctrica, mas o ataque foi detectado e não teve consequências.
Os EUA queixam-se também de serem alvo frequente de ciberataques da China. O Governo de Pequim nega responsabilidades e atribui as culpas a piratas informáticos fora da alçada governamental.
O Pentágono está preocupado e também tem planos para formar um comando militar dedicado à ciberguerra