Livros

A poesia de Ramos Rosa na Biblioteca Nacional

Em Junho de 2007, o poeta António Ramos Rosa (que morreu na segunda-feira) doou à Biblioteca Nacional de Portugal o seu espólio literário. Neste acervo encontra-se parte significativa do epistolário (o poeta correspondia-se, entre outros, com Eduardo Lourenço, Vergílio Ferreira, Roger Munier, René Char, Casais Monteiro, Gaspar Simões, Urbano Tavares Rodrigues e Natália Correia) e inúmeros poemas manuscritos e dactiloscritos. Nesta ínfima selecção que faz parte do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (ACPC) podem apreciar-se a grafia e as emendas do poeta. Um dos poemas que nos chegou, "Vespeira", poderá ser inédito.

Dactiloscrito de um poema intitulado Vespeira, com uma dedicatória manuscrita que diz: “Ao Vespeira, este retrato que espero esteja um pouco parecido, com todo o meu carinho e grande admiração”. O destinatário é decerto o pintor e artista gráfico surrealista Marcelino Vespeira (1925-2002). Não conseguimos localizar o poema, que poderá ser inédito.
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Dactiloscrito de um poema intitulado Vespeira, com uma dedicatória manuscrita que diz: “Ao Vespeira, este retrato que espero esteja um pouco parecido, com todo o meu carinho e grande admiração”. O destinatário é decerto o pintor e artista gráfico surrealista Marcelino Vespeira (1925-2002). Não conseguimos localizar o poema, que poderá ser inédito.

Em Junho de 2007, o poeta António Ramos Rosa (que morreu na segunda-feira) doou à Biblioteca Nacional de Portugal o seu espólio literário. Neste acervo encontra-se parte significativa do epistolário (o poeta correspondia-se, entre outros, com Eduardo Lourenço, Vergílio Ferreira, Roger Munier, René Char, Casais Monteiro, Gaspar Simões, Urbano Tavares Rodrigues e Natália Correia) e inúmeros poemas manuscritos e dactiloscritos. Nesta ínfima selecção que faz parte do Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (ACPC) podem apreciar-se a grafia e as emendas do poeta. Um dos poemas que nos chegou, "Vespeira", poderá ser inédito.

Presumível folha de rosto (manuscrita) do dactiloscrito do livro Facilidade do Ar, publicado pela Caminho em 1990.
Presumível folha de rosto (manuscrita) do dactiloscrito do livro Facilidade do Ar, publicado pela Caminho em 1990.
Dactiloscrito corrigido à mão do poema inicial do livro Facilidade do Ar (Caminho, 1990), numa versão bastante diferente da que veio a ser publicada. O poeta manteve, na edição impressa, algumas das correcções que aparecem na imagem, como o título Entardecer, mas deixou cair outras. Se aqui substitui, por exemplo, “um claríssimo azul” por “um transparente azul”, no livro acabou por preferir “um sossegado azul”.
Dactiloscrito corrigido à mão do poema inicial do livro Facilidade do Ar (Caminho, 1990), numa versão bastante diferente da que veio a ser publicada. O poeta manteve, na edição impressa, algumas das correcções que aparecem na imagem, como o título Entardecer, mas deixou cair outras. Se aqui substitui, por exemplo, “um claríssimo azul” por “um transparente azul”, no livro acabou por preferir “um sossegado azul”.
Dactiloscrito, com correcções manuscritas, do segundo poema do livro Facilidade do Ar (1990). Tanto a troca de “calcinada” por “acinzentada” como a de “é já visível” por “cintila já” passaram para a versão publicada.
Dactiloscrito, com correcções manuscritas, do segundo poema do livro Facilidade do Ar (1990). Tanto a troca de “calcinada” por “acinzentada” como a de “é já visível” por “cintila já” passaram para a versão publicada.
Dactiloscrito, com correcções manuscritas, do terceiro poema do livro Facilidade do Ar  (1990). As principais correcções aqui feitas à mão parecem ter sido todas adoptadas na versão publicada, incluindo a curiosa troca de “horizonte” por “bisonte”, no quinto verso.
Dactiloscrito, com correcções manuscritas, do terceiro poema do livro Facilidade do Ar (1990). As principais correcções aqui feitas à mão parecem ter sido todas adoptadas na versão publicada, incluindo a curiosa troca de “horizonte” por “bisonte”, no quinto verso.
Mais um dactiloscrito emendado à mão de um poema de Facilidade do Ar  (1990). Vê-se que o poeta andou às voltas com o final do sexto verso, tendo acabado por chegar a uma solução - “se forma como espaço” - que transitaria para a edição publicada.
Mais um dactiloscrito emendado à mão de um poema de Facilidade do Ar (1990). Vê-se que o poeta andou às voltas com o final do sexto verso, tendo acabado por chegar a uma solução - “se forma como espaço” - que transitaria para a edição publicada.
Dactiloscrito de outro poema do livro Facilidade do Ar (1990), este apenas com a correcção manuscrita de uma gralha.
Dactiloscrito de outro poema do livro Facilidade do Ar (1990), este apenas com a correcção manuscrita de uma gralha.
Dactiloscrito do poema que abre o livro Passagens, publicado na colecção Pequeno Formato, da Asa, em 2005.
Dactiloscrito do poema que abre o livro Passagens, publicado na colecção Pequeno Formato, da Asa, em 2005.
Maço de poemas manuscritos. Na imagem, um poema a que serve de título uma das palavras mais obsessivamente recorrentes na poesia de António Ramos Rosa: “entre”.
Maço de poemas manuscritos. Na imagem, um poema a que serve de título uma das palavras mais obsessivamente recorrentes na poesia de António Ramos Rosa: “entre”.
Folha de rosto do dactiloscrito da primeira das três partes que compõem o livro Três, publicado em 1995 na editora & etc.
Folha de rosto do dactiloscrito da primeira das três partes que compõem o livro Três, publicado em 1995 na editora & etc.
Dactiloscrito do primeiro poema do ciclo Não Sei de Onde Vem o Vento, do livro Três (& etc, 1995).
Dactiloscrito do primeiro poema do ciclo Não Sei de Onde Vem o Vento, do livro Três (& etc, 1995).
Dactiloscrito de um poema do ciclo Não Sei de Onde Vem o Vento, do livro Três (1995). Na parte de baixo da folha, vê-se que o poeta ensaiou várias alternativas até transformar “o sol quase se quebra nas vértebras do corpo” em “o sol, vertiginosamente, os poros incendeia”, solução que transitou para a versão publicada.
Dactiloscrito de um poema do ciclo Não Sei de Onde Vem o Vento, do livro Três (1995). Na parte de baixo da folha, vê-se que o poeta ensaiou várias alternativas até transformar “o sol quase se quebra nas vértebras do corpo” em “o sol, vertiginosamente, os poros incendeia”, solução que transitou para a versão publicada.
Penúltimo poema do ciclo Não Sei de Onde Vem o Vento, do livro Três (1995). As várias correcções manuscritas que se vêem na imagem foram adoptadas na versão impressa. Mas o poema abre, neste dactiloscrito, com o pronome “Essa”, ao passo que no livro se lê, talvez por gralha, “E era”.
Penúltimo poema do ciclo Não Sei de Onde Vem o Vento, do livro Três (1995). As várias correcções manuscritas que se vêem na imagem foram adoptadas na versão impressa. Mas o poema abre, neste dactiloscrito, com o pronome “Essa”, ao passo que no livro se lê, talvez por gralha, “E era”.
Dactiloscrito de um poema intitulado Vespeira, com uma dedicatória manuscrita que diz: “Ao Vespeira, este retrato que espero esteja um pouco parecido, com todo o meu carinho e grande admiração”. O destinatário é decerto o pintor e artista gráfico surrealista Marcelino Vespeira (1925-2002). Não conseguimos localizar o poema, que poderá ser inédito.
Dactiloscrito de um poema intitulado Vespeira, com uma dedicatória manuscrita que diz: “Ao Vespeira, este retrato que espero esteja um pouco parecido, com todo o meu carinho e grande admiração”. O destinatário é decerto o pintor e artista gráfico surrealista Marcelino Vespeira (1925-2002). Não conseguimos localizar o poema, que poderá ser inédito.