Joaquim Vieira será o novo provedor do leitor do PÚBLICO

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Joaquim Vieira David Clifford/PÚBLICO (Arquivo)

Esta decisão vem na sequência do anúncio feito a 4 de Novembro por Rui Araújo, provedor cessante, de que terminaria o mandato a 25 de Novembro, um mês antes da data prevista, alegando razões pessoais.

“A nossa preocupação foi sempre a de encontrar pessoas com uma ligação muito forte ao jornalismo, já que um jornal diário coloca dilemas em que é bom ter experiência e preparação, e o Joaquim Vieira corresponde a esse ideal”, explicou José Manuel Fernandes, director do PÚBLICO.

Joaquim Vieira é o actual director do Observatório da Imprensa. Foi também director-adjunto do “Expresso”, director da revista “Grande Reportagem” e trabalhou na RTP e na revista “Visão”.

Relativamente à relação polémica que o anterior provedor manteve com a redacção do jornal, José Manuel Fernandes garantiu que o nome do novo provedor não foi escolhido por ser consensual, uma vez que “a Direcção e a redacção não têm de estar de acordo com o que o provedor diz, já que o seu compromisso é com o leitor”.

O director do jornal relembrou o Estatuto do Provedor do Leitor do PÚBLICO onde é possível ler-se: “O cargo de provedor do leitor dá corpo a uma aspiração presente desde a fundação do jornal e oferece aos leitores um interlocutor permanente, independente e responsável pela defesa dos seus direitos (...) e constitui para os jornalistas uma instância crítica do seu trabalho”.

Joaquim Vieira não quis estabelecer comparações com o antigo provedor, dizendo que vai trabalhar “dentro do estatuto que é claro”. O jornalista adiantou ainda considerar que “todas as queixas devem ser atendidas e são importantes” e que, para analisá-las, contará com a sua larga experiência, em especial no Observatório da Imprensa. “Vou ter em consideração três documentos: o Estatuto Editorial do PÚBLICO, o Código Deontológico dos Jornalistas e o Livro de Estilo do jornal. No entanto, o mais forte será, naturalmente o Estatuto Editorial, um compromisso directo com o leitor”.

Questionado sobre as incompatibilidades entre as funções de provedor do leitor e o exercício de funções jornalísticas, Joaquim Vieira explicou que já não está de forma activa no jornalismo, dedicando-se a funções académicas e a trabalhos de história contemporânea, pelo que nada indica que tenha, pontualmente, de quebrar a regra.

José Manuel Fernandes adiantou ainda que está em discussão uma alteração ao estatuto do provedor, com vista a tornar o mandato "mais longo e não renovável", para garantir uma maior independência ao trabalho do provedor, que actualmente é nomeado pelo prazo de um ano, renovável por período idêntico.

A última crónica de Rui Araújo poderá ser lida na edição impressa deste domingo, dia 25 de Novembro.

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