Will and Grace despedem-se ao fim de oito anos
O derradeiro episódio da última temporada da série da NBC vai hoje para o ar nos EUA
Oito anos depois da estreia de Will and Grace, a história de amizade (e das muitas peripécias) entre um homem gay e uma mulher heterossexual chega hoje ao fim. Para trás ficaram centenas de episódios hilariantes de uma série (da NBC) que derrubou barreiras sociais, mostrando no prime time americano aquilo que até então nunca fora mostrado numa sitcom.Para os criadores da série, o segredo do sucesso de Will and Grace foi conjugar um tema "arriscado" com um dos mais básicos princípios da comédia televisiva: ter piada e "fazer" boa companhia. "Penso que foi o humor do programa que levou as pessoas a verem um ou outro episódio e depois foi a relação que estabeleceram com a série que fez com que nunca mais a largassem", explicou à Associated Press Max Mutchnick, o criador de Will and Grace juntamente com David Kohan.
"Eu e o David sempre defendemos que a missão de um argumentista é construir um programa de televisão que seja constituído por um grupo de pessoas que dê vontade de se estar com elas", disse Mutchnick. "No caso de Will and Grace é tudo sobre amizade. Toda a gente quer aquele tipo de relação nas suas vidas. Gay, hetero, negro ou branco - isso é secundário"
O veterano realizador James Burrows (Cheers e Frasier fazem parte do seu currículo) tem o privilégio de poder escolher os projectos que entender, mas tomou a decisão de se manter como produtor executivo e único realizador ao longo dos 196 episódios da série. Porquê? "Fazia-me rir todas as terças-feiras à noite quando filmávamos em frente de uma plateia."
De 17 milhões para sete milhõesWill and Grace faz parte da poderosa família de sitcoms da NBC dos anos 90 que inclui também Seinfeld e Friends, e é a última da sua geração a fazer a vénia de despedida. Os críticos dizem que a série tinha vindo a perder qualidade mas tanto os actores como os argumentistas defendem-se, dizendo que partem de cabeça erguida, citando as 15 nomeações para os Emmys do ano passado.
No seu pico de sucesso, em 2001-2002, a série atraiu mais de 17 milhões de telespectadores e foi o oitavo programa mais visto nos EUA. Na última temporada, que hoje termina, foi vista por uma média de 7,8 milhões de telespectadores. "É tempo de partir", disse Burrows. "A América já não nos estava a ver como dantes. Não sei porquê. Continua com tanta piada como sempre teve."
O advogado Will (Eric McCormack) e a decoradora Grace (Debra Messing) partilharam com os americanos durante oito anos as suas alegrias, tristezas, romances, trapalhadas, crises de ciúmes, zangas e, sempre, mas sempre, reconciliações. Com eles vieram a extravagante Karen (Megan Mullally) e o "gayzérrimo" Jack (Sean Hayes).
"Há oito anos, uma sitcom com dois personagens gays seria vista como um programa para uma minoria", declarou McCormack. "Mas aconteceu o oposto: os miúdos viam a série, as velhotas também. Toda a gente queria saber quando é que o Will arranjava finalmente um namorado." E será que arranjou? Para saber, só esperando pelo DVD ou sintonizando a Fox Life (pacote Funtastic da TV Cabo).