Este ano, pela primeira vez, a acção de limpeza estendeu-se também às arribas da praia da Parede, onde os voluntários recolheram sobretudo plásticos, entre sacos e garrafas. Ao todo, 90 voluntários – mais do dobro do ano passado – recolheram uma tonelada de lixo, que ficou exposto temporariamente na Baía de Cascais, como forma de alerta à população para o problema do lixo marinho.

Desde a primeira edição, em 2008, foram recolhidas do fundo do mar mais de oito toneladas de resíduos, segundo a organização. A iniciativa Clean Up the Atlantic é promovida pela Câmara de Cascais em parceria com a Associação Portuguesa de Pesca Submarina e Apneia e com o centro de mergulho Cascais Dive Center.

Os voluntários libertaram também cerca de 60 animais presos em armadilhas e em resíduos, como pepinos, ouriços ou estrelas-do-mar. Além do perigo de ficarem presos nestes objectos, os animais correm o risco de confundir os resíduos com alimento, ingerindo-os, pondo em causa a sua sobrevivência.

Com o objectivo de saber se a população está sensibilizada para o problema do lixo marinho, está em curso um inquérito desenvolvido no âmbito do projecto europeu Marlisco - Marine Litter in Europe Seas: Social Awareness and Co-Responsibility, cujo objectivo é aumentar a consciência social para este tema.

Este estudo envolve 16 países e é conduzido pela universidade inglesa de Plymouth. Em Portugal, a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa é a instituição responsável por liderar a investigação. O inquérito visa perceber quais os motivos que levam à deposição de lixo nos oceanos e alertar as pessoas que vivem nas zonas costeiras ou que têm actividades relacionadas com o mar para adoptarem comportamentos que evitem ou reduzam a deposição de lixo.