Vilar de Mouros passa a ser um festival de Caminha
Maestro Rui Massena assina espectáculo de abertura e coordena participação da população do concelho no evento.
Do modelo que foi definido pelo anterior executivo social-democrata, a poucas semanas antes das últimas autárquicas, fica apenas a organização, entregue à Ama (Associação dos Amigos dos Autistas). O novo formato, apresentado esta segunda-feira em conferência de imprensa pelo novo presidente da câmara, o socialista Miguel Alves, irá assentar “no envolvimento total da população do concelho”.
A participação da população “na preparação e na programação do festival” é o primeiro de sete pressupostos a que obedece o novo protocolo relativo ao festival que, até 2017, será organizado pela Ama, em conjunto com a câmara e com a Junta de Freguesia de Vilar de Mouros - a proprietária dos terrenos onde decorre o evento.
“Será um projecto do concelho, das pessoas e, para as pessoas”, sustentou Miguel Alves que admitiu ter sido “crítico” do modelo traçado pelo anterior executivo, sobretudo por ter sido negociado e aprovado em período de campanha eleitoral. “Fui crítico, porque entendia que podíamos ir mais longe, sem pressas, sem o contexto eleitoralista”, justificou o socialista que assegurou que, “este sim, é um bom protocolo”. “Estamos agora preparados para ter, em Vilar de Mouros, o melhor festival de sempre”, proclamou.
A tarefa de “chamamento cultural de todos os habitantes do concelho” vai caber ao maestro Rui Massena, que esteve ligado à programação musical de Guimarães Capital Europeia da Cultura de 2012. “Estou muito feliz e, sobretudo, a sonhar, que é algo que nos dias de hoje faz de mim um privilegiado”, comentou o maestro. Rui Massena adiantou que, no espectáculo de abertura vai lançar, “pela primeira, para fora da gaveta", as suas composições. “Vou fazê-lo num palco grande, histórico e com um ADN de lançamento de novas ideias”, acrescentou.
O protocolo, que ainda terá de ser ratificado pela Assembleia Municipal de Caminha e pela Assembleia de Freguesia de Vilar de Mouros, prevê ainda a entrega, pela câmara, de dez mil euros à junta. A verba destina-se à criação de infra-estruturas de apoio ao evento. Já a Ama compromete-se a “duplicar” a compensação financeira a pagar à junta. A "renda" pode até ultrapassar os vinte mil euros, em função das receitas de bilheteira.
O protocolo estabelece também “preferências” locais na participação de empresas no festival. Prevê-se que seja dada prioridade às empresas do concelho de Caminha na prestação de serviços directos e indirectos ao evento, como forma de “dinamizar o tecido empresarial”.
O festival vai decorrer entre 30 Julho e 2 Agosto de 2014, após oito anos de interregno.
A marca do festival, que nasceu em 1971 pela mão do médico António Barge, numa edição que contou com a presença de Elton John e que incluiu os U2 no cartaz de 1982, foi cedida ao município em 2009 pela Porto Eventos, quando rescindiu contrato com a autarquia. O registo da patente foi iniciado em Setembro passado e, segundo o autarca Miguel Alves, “existe a garantia verbal” do titular da empresa de que o processo não irá ser contestado.