Trânsito condicionado na Segunda Circular até Março para instalar ponte pedonal e ciclável

Câmara de Lisboa paga um terço da obra, promovida pelo grupo Galp Energia. Não há data para a inauguração, que acontecerá mais de três anos após o previsto.

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A ponte, cuja instalação está atrasada mais de três anos em relação ao prazo inicialmente previsto (Outubro de 2010), vai ligar a ciclovia de Telheiras à zona das Torres de Lisboa, junto à Estrada da Luz e em frente à sede da Galp. Em Abril de 2013 arrancaram os trabalhos de preparação das fundações da ponte. O tabuleiro foi construído noutro local e será proximamente colocado sobre a Segunda Circular.

Em comunicado, a Câmara de Lisboa informa que a circulação naquele troço será totalmente cortada entre as 22h deste domingo e as 5h30 de segunda-feira. Nessa noite “serão iniciados os trabalhos preparatórios para a montagem do tabuleiro”, explica a Galp Energia numa nota.

Segundo a autarquia, a circulação será novamente interrompida naquela zona, no mesmo período, entre 12 e 19 de Janeiro, em ambos os sentidos ou alternadamente num deles. A Galp, por sua vez, fala em “interrupções totais e parciais do trânsito durante cerca de duas semanas”, apenas durante a noite, entre as 22h e as 5h.

Além disso, a partir de segunda-feira e “até meados de Março”, segundo a autarquia, serão suprimidas as duas vias centrais em cada um dos sentidos ao longo das 24 horas do dia. A câmara “lamenta o incómodo causado” aos automobilistas e “convida-os” a fazerem percursos alternativos.

Por exemplo, quem entrar em Lisboa pelo lado do Aeroporto (vindo da A1 Norte ou da Ponte Vasco da Gama), em direcção a Benfica, pode optar pela CRIL (ver imagem 1), e em direcção ao centro da cidade deve ir pela Rotunda do Relógio e seguir para a Avenida Gago Coutinho.

Quem entrar em Lisboa pela CRIL a partir de Algés ou do IC19 (imagem 2), no sentido do Aeroporto, pode optar por outras saídas na CRIL, ou se for em direcção ao centro da cidade pode seguir pela Radial de Benfica.

Por último, em alternativa à entrada na Segunda Circular pelo Eixo Norte-Sul, no sentido de Benfica, pode optar pela Avenida das Nações Unidas ou pela Avenida Lusíada (imagem 3).

Sem data para inaugurar
O projecto da futura Ponte Galp – que o presidente da câmara, António Costa, anunciou como sendo “o primeiro passo para a humanização da Segunda Circular” – sofreu vários contratempos desde que foi assinado o primeiro protocolo entre a autarquia e a Fundação Galp Energia, em 2009. Nesse ano, anunciou-se que a infra-estrutura estaria pronta em Outubro de 2010, o que não se concretizou.

O plano teve de ser alterado – inicialmente estava prevista a instalação de ventoinhas na parte inferior da ponte, para aproveitar o vento gerado na via e produzir energia, mas a ideia não vingou por questões orçamentais. Em Setembro de 2011 foi divulgado o projecto final e definido novo prazo para a conclusão: Primavera de 2012.

Mas mais uma vez o prazo derrapou, assim como o orçamento: de 1,2 milhões de euros, pagos apenas pela fundação, passou para 1,365 milhões. Este investimento ficou a cargo da Lisboagás (do grupo Galp Energia)que pagará 900 mil euros enquanto “mecenas”, e da câmara, que suportará os 465 mil restantes, nos termos de  um novo protocolo celebrado em Março de 2013 entre o município e aquela empresa, que se substituiu à Fundação Galp Energia.

Nesse documento, a Lisboagás compromete-se a impor ao empreiteiro um prazo bem definido para a conclusão: 4 de Outubro de 2013, sob pena de ser obrigada a pagar multas em função do atraso. Na altura ainda não estavam marcadas as eleições autárquicas, mas uma das opções em cima da mesa apontava para meados de Outubro. O sufrágio foi antecipado para 29 de Setembro e da ponte ciclável e pedonal nunca mais se ouviu falar.

Agora, ninguém arrisca datas. “Não há uma data definida para a inauguração”, disse a assessora do presidente da câmara, Luísa Botinas. O porta-voz da Galp Energia, Pedro Marques Pereira, afirma que "o atraso na obra deve-se essencialmente à necessidade de adaptação das fundações à caracterização geotécnica do terreno e às infra-estruturas existentes no subsolo". Questionado sobre se este atraso se reflecte no orçamento, o porta-voz diz apenas que "os custos associados ao atraso relacionam-se essencialmente com o acompanhamento da empreitada e o seu impacto financeiro é limitado".

"A fase dos trabalhos que agora se inicia reveste-se de grande complexidade técnica, por isso, apesar do tempo indicativo se estimar em cerca de dois meses, a principal preocupação é, como desde o início, assegurar a qualidade de construção e a segurança dos trabalhadores, dos utilizadores da Segunda Circular e dos beneficiários futuros deste equipamento", sublinha, numa resposta por e-mail.

Segundo o projecto apresentado em 2011, a estrutura da ponte – pintada de laranja, cor da empresa promotora – terá cerca de 400 metros de extensão e vai ficar a 5,5 metros de altura em relação à Segunda Circular. A obra, em betão e aço, vai ter seis entradas – quatro com rampas para bicicletas e duas com escadas. A parte superior do tabuleiro vai ser iluminada com tecnologia LED. Os arquitectos do gabinete MXT, Telmo Cruz e Maximina Almeida, inspiraram-se nas azinhagas que existiam no local antes de a via rápida ser rasgada.

Segundo a Galp, a ponte vai ligar as ciclovias do Campo Grande, Benfica e Estádio Universitário, num total de nove quilómetros. "A obra, de desenho arrojado, irá seguramente assumir-se como um equipamento arquitectónico e de engenharia marcante para todos os que por ela passarem", afirma a empresa.

Notícia actualizada às 19h48: acrescenta resposta da Galp Energia
 
 

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