Taxistas dizem que vão continuar a circular em Lisboa com carros sem catalisador

Câmara diz que as normas são claras e que a partir de Janeiro os automobilistas que as desrespeitem serão multados

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Presidente da ANTRAL diz que os taxistas não têm medo das multas Marilyne Marques

"Está tudo em banho-maria e vamos continuar a circular como estamos", avisou Florêncio Almeida à Lusa. Em Abril, a Câmara de Lisboa deu um prazo até final do ano para os donos dos táxis mais antigos, sem catalisador de origem, fazerem as modificações técnicas necessárias para os veículos circularem nas zonas de emissões reduzidas.

Desde o início de Abril que os veículos com mais de 20 anos (sem catalisador de origem) estão proibidos de circular no centro da cidade (na zona a sul do eixo criado pelas avenidas de Ceuta, das Forças Armadas, dos Estados Unidos da América, Marechal António Spínola, Santo Condestável e Infante D. Henrique e Eixo Norte-Sul).Também as viaturas anteriores a 1996 estão impedidas de circular, há cerca de uma semana, no eixo Baixa-Avenida da Liberdade.

O objectivo destas restrições é a redução da poluição. Segundo o presidente da ANTRAL, os catalisadores ainda não foram homologados pelo IMTT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres). "Não há ninguém que diga qual o catalisador e onde é que os podemos colocar", afirmou. Florêncio Almeida disse ainda que os taxistas não têm medo das multas, afirmando que se algum for multado a associação avança com uma impugnação.

Contestando esta medida, o presidente da ANTRAL mostrou-se muito crítico em relação à autarquia, afirmando que "nunca nenhum departamento da mobilidade funcionou tão mal como este". Segundo afirmou, há cerca de dois mil táxis que não cumprem os requisitos.

Contactado pela Lusa, o vereador Fernando Nunes da Silva reafirmou que a partir de Janeiro os táxis que não cumpram os requisitos arriscam-se a ser multados e sublinhou que o IMTT emitiu um despacho há meses onde estabelece as alterações que têm de ser feitas. "Os taxistas estão a fazer braço-de-ferro para tentar manter a situação como está", afirmou.