Salva-vidas de Leixões resgatou tripulação de barco de pesca nas Caxinas
O André Filipe teve uma avaria, começou a meter água, mas não chegou a afundar. Seis pescadores foram resgatados, sem ferimentos.
Eram 17h quando o André Filipe acostou no Porto de Pesca de Leixões, onde chegou rebocado e sem as redes, que foram deixadas para trás. A bordo, o mestre Alfredo Novo Sousa, da Póvoa de Varzim e a restante tripulação, dois portugueses, de Matosinhos e da Póvoa, e três ucranianos, tentavam manter a calma perante o aparato de jornalistas e curiosos, pescadores e mulheres que interromperam as suas tarefas para perceberem o que se passou com este barco pertencente a José Lourenço, armador que tem também o Novo José e Maria, embarcação a operar no Algarve.
Foi em Sagres, aliás, que o André Filipe, de 12 metros, foi comprado há pouco mais de um ano. Opera a partir de Leixões, de onde saiu na terça-feira à noite, para mais uma jornada de trabalho que foi interrompida pelas 11h30 de quarta-feira quando, numa fase em que os homens alavam as redes, um deles detectou que havia água na casa das máquinas. Durante a hora seguinte, o mestre tentou resolver o problema pelos seus próprios meios, mas por segurança estava já acompanhado por outras embarcações de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim, o Romilda Paula, o Herança de Deus e o Nanci Mar.
Só pelas 12h30, quando se percebeu que não era possivel bombear toda a água que entrava, é que o socorro foi pedido, e teve resposta imediata. A capitania de Leixões, como explicou o capitão do porto, Martins dos Santos, enviou um semi-rígido e o salva-vidas, mas a bomba de água portátil que estes transportaram também foi insuficiente para resolver o problema no barco. Com a tripulação a salvo, e sem necessitar de qualquer cuidado médico, transportou-se para o local uma moto-bomba para esgotar de vez a água e rebocar para terra o André Filipe.
Dos que seguiam a bordo, as declarações foram escassas. O mestre, que nem sequer é o proprietário do barco, preferiu não falar, e só um dos tripulantes, Paulo Renato, de 19 anos, explicou que a situação provocou alguma ansiedade, a que tentaram responder, mantendo a serenidade possível. Numa altura em que os peritos da capitania já tinham inspeccionado a casa das máquinas, e enquanto os representantes da seguradora faziam o mesmo, o comandante Martins dos Santos adiantou que as causas do acidente iam ainda ser devidamente apuradas pois, num primeiro momento, não se conseguiu perceber o que provocara a entrada de água no barco.
Este foi o segundo acidente envolvendo barcos de pesca, hoje, na costa continental. Também nesta quarta-feira de manhã, três pescadores foram resgatados do mar quando a embarcação onde seguiam se afundou ao largo da Costa da Caparica, em Almada. Segundo uma nota da Marinha, o alerta foi dado às 10h50.