PS convence Rui Rio a tentar converter o Batalha na Casa do Cinema do Porto
Rui Rio aprovou sem grande expectativa a recomendação do PS, que gostaria de ver o espaço, hoje degradado, transformado na Casa do Cinema do Porto.
Os socialistas propõem que sejam contactados Manoel de Oliveira e as famílias de Aurélio Paz dos Reis e Henrique Alves Costa, portuenses e figuras históricas do cinema português, de modo a envolver os seus nomes no projecto que, para o vereador Correia Fernandes, do PS, deveria ter também um cunho documental, além de retomar a exibição de filmes no local.
“Praticamente tudo o que diz já foi tentado uma e outra vez. O que não quer dizer que não se possa tentar uma terceira ou uma quarta vez”, afirmou o presidente da câmara, que ainda assim viabilizou, com o voto a favor da maioria, a iniciativa do PS, anunciada numa reunião do executivo no final de Janeiro e apresentada ontem a votação. “A ideia é boa. Mas nunca se conseguiu. Tentou-se tudo e mais alguma coisa ao longo destes anos”, assinalou Rui Rio, explicando que juntar todas as entidades que o PS propõe é difícil, ainda por cima na ausência de investimento camarário. “Se fosse para gerirem o dinheiro da câmara, era mais fácil. Mas, ainda assim, ao final de algum tempo, acabavam por desentender-se”, prognosticou o autarca, que não vê forma de levar o projecto avante no curto prazo.
O PS pretende que o edifício, classificado pelo Ministério da Cultura como imóvel de interesse público, há quatro meses, volte a funcionar, agregando actividades de entidades organizadoras de festivais na região, como o Fantasporto, o Cinanima ou o Curtas de Vila do Conde, evitando que se degrade a olhos vistos, como tem acontecido desde o seu encerramento, no início de 2011.
Como o PÚBLICO noticiou na segunda-feira, há uma semana o antigo cinema foi alvo de vandalismo, o que levou a proprietária, a empresa Neves & Pascaud, a mandar retirar alguns elementos da fachada que escaparam ao roubo e à destruição. Correia Fernandes usou esta situação como demonstração da urgência de uma intervenção que poderia ser impulsionada pela câmara. “Nem todos os problemas se resolvem derramando dinheiro sobre eles”, notou o vereador do PS.