Portuenses lançam mais de 300 desafios à câmara

Primeira fase do programa municipal terminou a 1 de Agosto. Propostas vão ser agora avaliadas por um júri.

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Paulo Ricca/Arquivo

Foi em Junho que a autarquia desafiou os cidadãos a apresentarem problemas que queriam ver resolvidos, através de soluções tecnológicas, dentro de quatro grandes áreas: Saúde e Bem-Estar; Energia; Cidade Digital; e Mobilidade e Ambiente. O prazo para a apresentação destes desafios era o dia 1 de Agosto e os portuenses responderam com aquilo que o vereador disse mais esperar – questões surpreendentes. “Apareceram desafios muito interessantes e que nos escapavam, por mais que vivamos a cidade”, disse Filipe Araújo, que já em Junho realçara ao PÚBLICO que a possibilidade de desenhar soluções que vão ao encontro de anseios reais manifestados pela população era uma das grandes vantagens deste programa.

“Tínhamos três grandes objectivos e, agora que estamos a meio do processo, um deles já está a cumprir-se, que era conseguir um grande envolvimento dos cidadãos, conseguir que eles pudessem participar nos desígnios da cidade, dizendo-nos como podemos melhorar o futuro do Porto”, defende o vereador. Os outros dois objectivos – “promover a excelência do ecossistema de inovação do Porto” e conseguir “concretizar projectos” – serão alcançados, espera Filipe Araújo, nas próximas fases do Desafios Porto.

De momento, e até 1 de Setembro, estão a ser avaliadas as várias propostas que chegaram aos serviços. Vão ser então seleccionadas quatro dentro de cada uma das quatro grandes áreas temáticas de problemas e as start-ups e empresas tecnológicas interessadas poderão apresentar, até 15 de Outubro, a solução que propõem para um ou mais dos problemas seleccionados.

A 15 de Novembro deverão ser anunciados os quatro projecto vencedores – um por área temática – que receberão então apoio para se tornarem uma realidade e, assim, tentarem resolver quatro problemas da cidade. A escolha será feita por um júri que integrará pessoal da autarquia, especialistas independentes do meio académico, representantes das empresas parceiras do projecto – a EDP, a NOS, a CEIIA e a Ernst & Young – e o próprio autor do desafio.

Cada solução/área de intervenção irá ser financiada até 50 mil euros, assumidos pela câmara, EDP, NOS e CEIIA – Centro de Experiência e Inovação para a Indústria Automóvel, além de um apoio de consultoria até aos 12.500 euros por projecto, prestado pela Ernst & Young.

Filipe Araújo diz que na escolha do vencedor serão tidos em conta critérios como o impacto que a solução proposta terá na cidade, a sua capacidade de replicação noutros locais e, também, o impacto que terá na empresa vencedora. “Tem que haver um círculo virtuoso, que passa pelos cidadãos se envolverem e por as empresas saber que estão a resolver um problema que os cidadãos identificaram e que, funcionando nesta cidade, uma cidade média europeia, poderá funcionar noutras. As empresas podem dizer a potenciais interessados para virem cá ver como a solução funciona, porque teremos aqui um laboratório vivo”, diz.

O autarca explica ainda que as empresas cujas soluções não forem escolhidas terão toda a liberdade para desenvolverem, por si próprias ou com outros apoios que venham a conseguir recolher, as suas propostas, com o factor aliciante de saberem que estão a dar resposta a um problema já efectivamente identificado pela população.

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