Paquete Funchal atraca em Portimão, passageiros seguem de autocarro para Lisboa
Foram mais de 24 horas a sete milhas da costa a aguardar pelo auxílio de um rebocador que teve que vir de Setúbal.
O paquete Funchal atracou na noite de domingo, em segurança, no porto de Portimão, depois de ter estado mais de 24 horas a sete milhas da costa a aguardar pelo auxílio de um rebocador que teve que vir de Setúbal. Os 400 passageiros que transportava encontram-se a jantar a bordo. Cá fora, sete autocarros aguardam pelos turistas para os levarem de regresso a Lisboa – localidade donde partiram há sete dias para um cruzeiro que tinha como ponto alto o fogo-de artifício da passagem de ano na Madeira e uma passagem por Marrocos.
O mau tempo na costa portuguesa levou o armador a alterar a rota. Em vez de terminar a viagem em Lisboa, como estava programado, optou por escolher Portimão para atracar. Só que neste porto não existe rebocador – sempre que que chegam turistas, numa embarcação de grande porte, tem de se deslocar de Sines para o Algarve um rebocador para auxiliar na operação de atracagem. O tempo de demora oscila entre oito a dez horas. Neste caso, o tempo de espera ainda foi superior, porque o rebocador teve de se deslocar de Setúbal, já que Sines não tinha disponibilidade para satisfazer o pedido.
Dos sete autocarros, seis têm como destino Lisboa e o outro segue para o Porto. Entretanto, alguns dos ocupantes do paquete já se deslocaram para casa, em automóvel particular. O deputado Miguel Freitas, do PS, anunciou, entretanto, que vai pedir “explicações” ao Governo, pelo facto de a região algarvia – a registar um crescente número de turistas de cruzeiro marítimo – continuar sem meios que garantam receber os turistas no porto de Portimão. Além disso, assinalou, pela costa algarvia circulam por dia 150 navios de grande porte, dos quais 18 transportando “cargas perigosas, poluentes”.
O ministro da Economia, no passado mês de Agosto, durante uma visita a Portimão, anunciou um investimento de dez milhões de euros na modernização e desassoreamento do porto. A presidente da câmara, Isilda Gomes, a este propósito, observou: “Só o rebocador custa cinco milhões.” O paquete Funchal, durante a madrugada, ainda tentou fundear ao largo de Alvor, para que os passageiros fossem resgatados para terra através de um catamarã, mas a forte ondulação que se fez sentir não permitiu que a operação tivesse êxito.