Para poder construir o túnel a Câmara do Porto irá pagar cerca de 746 mil euros aos proprietários das três parcelas afectadas pela obra, algumas das quais serão demolidas e reconstruídas posteriormente. O valor contempla ainda a transferência de dois negócios, pelo período de quatro meses, durante a realização dos trabalhos de construção.

Esta solução do “túnel urbano de ligação da Rua do Ateneu Comercial à Rua de Alexandre Braga” foi, de todas as analisadas, a considerada “menos impactante” em termos urbanísticos. Além disso, a proposta assinada pela vice-presidente Guilhermina Rego refere um conjunto de vantagens, em comparação com as outras alternativas. Este túnel “oferece uma maior descompressão à envolvente do Mercado do Bolhão e boas condições de acessibilidade; permite manter a capacidade das paragens de transporte público; acolhe um espaço de stockagem em túnel, evitando o bloqueio dos arruamentos envolventes nas horas de maior procura; [e] evita a utilização de rampas de forte pendente que dificultam a acessibilidade”.

A cave que será construída no Bolhão reabilitado irá acolher a área técnica do espaço, incluindo zonas de apoio, como câmaras frigoríficas, de armazenamento, de tratamento e recolha de resíduos e balneários para comerciantes e funcionários.

Os serviços da autarquia analisaram várias possibilidades de acesso a esta cave – nomeadamente a saída e entrada pela Rua de Alexandre Braga ou um acesso através da Rua de Sá da Bandeira – mas a solução agora evidenciada na proposta que irá ser votada pelo executivo foi a que convenceu os departamentos de Mobilidade e Urbanismo.

O túnel terá um cumprimento de cerca de 150 metros e duas faixas de quatro metros de largura. A sua abertura, avisam os serviços, irá obrigar a um “reperfilamento” da Rua do Ateneu Comercial “no seu tramo final”, o que implicará a supressão de “parte do passeio existente”.

A imagem do futuro Mercado do Bolhão foi apresentada aos comerciantes, no próprio edifício, em Abril deste ano. Na altura, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, indicou que o concurso público para a execução do projecto seria lançado “depois deste Verão e que a obra será feita no menor prazo possível para ficar bem feita”, mas não se comprometeu com qualquer outro tipo de prazos.

A maquete apresentada, na altura, mostrava um Bolhão sem cobertura superior e sem estacionamento, mas com uma cobertura de vidro sobre o piso térreo, onde ficará o mercado de frescos, os talhos e as peixarias. Já o piso superior terá restaurantes e estruturas polivalentes. A opção da câmara de substituir as bancas de madeira do piso térreo já foi, entretanto, contestada através de uma petição online.