“A maior demolição que se pode fazer num bairro social (...) é criar uma classe média que tenha capacidade de poder de compra, mobilidade social e meios para poder comprar uma casa noutro sítio e transitar, por iniciativa própria, para um nível sócio-económico superior”, disse o ainda autarca de Gaia durante um encontro na Obra Diocesana de Promoção Social no Porto.

O social-democrata defendeu também a “construção de uma cidade social sem grandes disparidades entre ricos e pobres, criando uma classe média forte através da libertação de recursos para a imaterialidade”, uma vez que “já não são as paredes das casas que precisam de ser reabilitadas”, mas sim os cidadãos. “Eu quero mesmo uma cidade social, uma cidade em que não haja discriminação entre os muito ricos e os muito pobres (...), em que os mais pobres possam ser transportados, numa década, para padrões de qualidade de vida de uma classe média”, acrescentou.

Menezes admitiu ainda não estar contra a demolição do Bairro do Aleixo, no entanto, acredita que o processo de regeneração dos bairros sociais deve ser feito “através da instalação de empresas e cooperativas de artes e ofícios para os desempregados desses bairros e do apoio aos jovens para serem melhores alunos e terem melhor rendimento escolar”.

À semelhança do que fez em Gaia, e caso seja eleito no Porto, Menezes garantiu vacinas gratuitas, a escolaridade obrigatória com livros gratuitos e bolsas de estudo para estudantes carenciados com pacotes específicos para os jovens dos bairros sociais portuenses e sublinhou ter como objectivo “desenvolver um trabalho árduo na criação um Porto melhor”.