Mais de 140 filmes põem Avanca a celebrar mais uma grande festa do cinema

Festival vai já na sua 19.ª edição e contará com dezenas de sessões de cinema. Há 60 filmes em competição, oriundos de 121 países diferentes, dos cinco continentes.

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Carla Carvalho Tomás

A grande novidade da edição deste ano passa pelo facto de, “pela primeira vez, a abertura e o fecho do festival acontecerem fora de Portugal”, vinca António Costa Valente, presidente do CCA, referindo-se à sessão já realizada em Madrid, no passado dia 15, e que funcionou como prólogo da edição deste ano do festival, e à que irá ocorrer no Brasil, a 5 de Setembro, em S. Luis do Maranhão, com exibição dos melhores filmes e produções do cineclube sediado em Estarreja.

Estas apresentações além-fronteiras são apenas mais um exemplo de que o AVANCA está a internacionalizar-se. “A nível da competição, também registámos este ano inscrições de mais países do que nos anos anteriores”, realça o presidente do CCA, apresentando números concretos: “enquanto nos outros anos tínhamos filmes de 60 ou 70 países, nesta edição teremos filmes de 121 países, dos cinco continentes”.

Não restam, assim, dúvidas de que o AVANCA é uma referência não só para o público mas também para os realizadores e produtores. “Importa lembrar que uma das regras que impomos ao nível da competição é que os filmes nunca tenham sido passados em Portugal”, faz questão de realçar o presidente da entidade organizadora.

À componente da competição – que conta este ano com 60 filmes, seleccionados a partir dos mais de 2.200 que se inscreveram -, juntam-se, também, as várias exibições de filmes nacionais ou estrangeiros escolhidos pela organização. “Tentamos ter aqui os melhores filmes produzidos em Portugal nos últimos dois anos e, depois, temos os nossos parceiros internacionais que nos sugerem as produções dos seus países”, explica António Costa Valente.

Para a abertura desta 19.ª edição do AVANCA, foi escolhido o filme norte-americano “Bereave”, dos irmãos Evangelos e George Giovanis. Protagonizado por Malcolm McDowell, celebrizado no clássico de Kubrick “Laranja Mecânica”, este mítico actor surge no ecrã acompanhado por Jane Seymour (vencedora de vários Emmy e Globos de Ouro), Keith Carradine e, entre outros, Mike Starr.

Esperados mais de 20 mil visitantes
Para a câmara municipal de Estarreja, este é um dos eventos mais “marcantes” do município – a par com o Carnaval e as festas da cidade – e “com grandes repercussões a nível nacional e internacional”, sublinha João Alegria, vereador da Cultura. Tendo por base os números das últimas edições, o AVANCA consegue atrair ao concelho um total de “20 mil visitantes, entre público, conferencistas e realizadores”, acrescenta o vereador.

O número de visitantes ganha ainda maior relevância devido ao facto de este ser um festival que é organizado e realizado fora dos grandes centros urbanos. “É preciso fazer um trabalho muito persistente, que começa logo quando acaba uma edição”, destaca o vereador da Cultura. Já António Costa Valente acredita que a receita do sucesso passa pela aposta em “fazer um festival diferente”. “E também é importante lembrar que Avanca tem um pólo de produção de cinema muito dinâmico, produzindo uma média de 10 filmes por ano”, argumenta ainda o presidente do CCA – importa referir que as produções do Cine-Clube de Avanca têm vindo a conquistar vários prémios em festivais internacionais.

O auditório mais desejado ainda não é uma realidade
As exibições dos filmes que integram o programa do AVANCA 2015 acontecem no Auditório Paroquial e no Auditório da Junta de Freguesia de Avanca – este ano, em antecipação, também foram feitas algumas exibições no Cinema Dolce Vita, em Ovar. A estes auditórios a organização gostava de juntar um outro, mas não há forma de tornar o sonho em realidade. A sede do Cine-Clube de Avanca, cujo projecto tem já cerca de 20 anos, continua por concluir, devido a falta de verbas.

“Temos um edifício de quatro pisos, com um auditório, mas que continua sem janelas e por acabar”, lamenta António Costa Valente. “A obra, que chegou a ter financiamento público assegurado, parou quando o empreiteiro faliu. Depois, nunca mais conseguimos encontrar enquadramento para candidatar a obra e nem no Portugal 2020 encontramos essa perspectiva”, acrescenta aquele responsável.

As esperanças dos dirigentes do clube concentram-se, agora, na proposta apresentada ao Orçamento Participativo da câmara de Estarreja, mas “tal dependerá sempre dos votos da população”, alerta António Costa Valente. 

 

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