Linha do Algarve mais perto da modernidade
Refer investe 2,9 milhões de euros em sinalização electrónica na linha de Faro a Vila Real de Sto. António
O troço alvo de intervenção são os 57 quilómetros entre Faro e Vila Real de Sto. António, já que o resto da linha algarvia (entre Faro e Lagos) está já dotada com um sistema centralizado de comando de circulação de comboios.
O investimento ronda os 2,9 milhões de euros e inclui também a instalação de um sistema de controle de velocidade automático para os comboios e equipamentos de telecomunicações de exploração.
Na prática a linha do Algarve fica mais segura, já que o tráfego ferroviário deixa de ficar unicamente dependente de meios humanos, como ainda hoje se verifica, em que os funcionários da Refer telefonam entre as estações para pedir avanço aos comboios e gerir os cruzamentos (a linha é de via única).
Até ao fim do ano, a circulação dos comboios ficará centralizada em Faro, passando, em fase posterior a ser gerida a partir de Setúbal ou Lisboa.
O reverso da medalha é a abrupta redução de pessoal nas estações. Em resposta ao PÚBLICO, a Refer diz que tem 27 trabalhadores afectos à circulação entre Olhão e Vila Real de Sto. António que, “através de instrumentos de mobilidade interna e reconversão”, serão integrados com outras funções de acordo com as necessidades da empresa.
Outra consequência desta meia modernização (ainda não é desta que a linha do Algarve é electrificada) é a maior vulnerabilidade das estações a actos de vandalismo e a maior degradação, uma vez que estas vão ficar desguarnecidas. A Refer diz-se, contudo, disponível para rentabilizar aqueles edifícios “considerando as diversas possibilidades de utilização em actividades de comércio, serviços ou habitação”.
O investimento de 2,9 milhões em sinalização electrónica permitirá à empresa poupar 280 mil euros por ano entre Faro e Vila Real de Sto. António.
Entre 2007 e 2014 a Refer tem vindo a gastar 39 milhões de euros na reabilitação da via férrea do Algarve, alteamento de plataformas, supressão e reclassificação de passagens de nível e melhorias pontuais em edifícios de passageiros.