Junta queixa-se de que obras da A13 têm inundado estradas e terras de cultivo em Almalaguês
Autarca desta freguesia de Coimbra responsabiliza consórcio construtor da via.
O presidente cessante da Junta de Almalaguês, Vítor Costa, disse à agência Lusa que “estes problemas se arrastam desde Janeiro” e têm suscitado protestos dos residentes, nomeadamente de Abelheira, Braços e Portela do Casal Novo. Segundo o autarca, as inundações arrastam pedras e lama e são provocadas por águas pluviais que “não foram correctamente encaminhadas” pelo consórcio liderado pela Ascendi, do grupo Mota-Engil, após recente abertura daquela auto-estrada.
Tem sido afectada a circulação na via pública, além dos prejuízos em vinhas e outras culturas um pouco por toda a freguesia, que é atravessada por um troço da A13 que liga a estrada nacional 342, em Lamas (Miranda do Corvo), à A1, em Condeixa-a-Nova. “As drenagens da água poderão não ter sido feitas correctamente”, disse Vítor Costa, indicando que tem vindo a alertar o engenheiro responsável pelos trabalhos de construção naquele troço da A13, mas sem resultados.
Com as últimas chuvas, “as nossas estradas ficaram completamente inundadas de água e lama, o que complica a circulação”, acrescentou. “Em Janeiro deste ano foi o mesmo drama”, referiu o autarca do PSD, que perdeu as últimas eleições para o PS, indicando que o empreiteiro lhe tem comunicado que “não haverá problemas depois de as terras estarem consolidadas” ao longo da nova via.
Uma fonte do ACE do Pinhal Interior (responsável pela subconcessão regional do pacote rodoviário da Estradas de Portugal) disse à Lusa que o consórcio está a realizar “uma avaliação exaustiva das condições locais e das eventuais interferências com as condições de escoamento, com vista à definição e posterior implementação de adequadas acções correctivas” do problema.
“Os problemas de escoamento de águas pluviais verificados em zonas periféricas do traçado da A13, em construção nas proximidades de Almalaguês, terão sido uma inesperada consequência do efeito conjugado de uma precipitação anormalmente intensa com a aparente insuficiência dos órgãos de escoamento existentes a jusante da obra”, adianta a fonte, num esclarecimento escrito enviado à agência Lusa.