Jardim Zoológico de Lisboa comemora 130 anos de existência
O Jardim Zoológico de Lisboa celebrou o seu aniversário com a reabertura do espaço de piquenique e o lançamento de um postal de comemoração.
Fundado pelo médico oftalmologista e naturalista Pedro Van Der Laan, o médico José Thomaz Sousa Martins e o Barão de Kessler, com o apoio do Rei D. Fernando II e do zoólogo Barboza do Bocage, entre outros o zoo de Lisboa nasceu em1884 no Parque de São Sebastião da Pedreira (onde hoje está o centro comercial El Corte Inglés), cedido gratuitamente pelos seus proprietários. Em 1894 mudou-se para a Palhavã, local da actual Gulbenkian, até que em 1905 se instalou definitivamente na Quinta das Laranjeiras, em Sete Rios.
Desde o princípio que o zoo de Lisboa foi um sucesso, quer pela diversidade de animais que foi tendo, graças às colónias ultramarinas que iam enviando remessas de espécimes para a metrópole, quer pelo clima lisboeta, que deixou sempre os especialistas estrangeiros boquiabertos com o sucesso de reprodução dos animais. O pós-25 de Abril foi o período mais complicado por que a instituição passou, com falta de verbas e de interesse governamental.
Hoje, o apoio de empresas e de cidadãos permitiu renovar instalações e tornar a instituição mais voltada para a conservação das espécies e para a educação, como acontece a nível mundial. E nalguns casos, em vez de importar, o zoo exporta animais, por vezes para os reintroduzir no seu habitat natural. Foi o que aconteceu ao casal de leopardos-da-pérsia enviado para a Rússia em 2012, que teve duas crias em Julho do ano passado. Foi a primeira vez, em 50 anos, que nasceram crias desta subespécie na Rússia, onde está actualmente extinta.
Para comemorar estes 130 anos, os CTT lançaram um postal comemorativo em honra da data e foi reaberto o Bosque Encantado, que foi alvo de obras de renovação nos últimos seis meses. O espaço conta agora com 60 toneladas de material reciclado, um peso equivalente a dois elefantes. Os materiais reciclados encontram-se na nova área de piquenique, nas cercas, parques infantis, casinhas para as aves e nos brinquedos para os mais novos. A Sociedade Ponto Verde foi a responsável pela renovação da zona onde se faziam, e se irão continuar a fazer, os espectáculos de aves exóticas da América do Sul.
Os materiais foram fornecidos pela empresa portuguesa Extruplás, especialista na construção de mobiliário urbano a partir de materiais reciclados.
Fazendo um balanço dos últimos 130 anos, o director, Francisco Naharra Pires, diz que a acção da instituição foi “positiva” para a consciência ambiental dos portugueses e que contribuiu bastante para uma mensagem de preservação das espécies. Lembra ainda os vários prémios que o Jardim Zoológico tem recebido “por se ter adaptado às necessidades dos animais, alterando e renovando as instalações” dos mais de 2000 animais de 320 espécies que ali habitam. Aponta o crescimento do número de turistas estrangeiros que visita o zoo, que já chega a cerca de 20% das cerca de um milhão de entradas vendidas anualmente.
Texto editado por Ana Fernandes