Incêndios do Caramulo provocam danos económicos superiores a 80% em Tondela

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"Em três das quatro vertentes dos danos económicos - floresta, agricultura, edificado e infra-estruturas - os danos no concelho de Tondela foram superiores a 80%, sendo excepção o edificado. Isto demonstra a gravidade destes incêndios no Município de Tondela", avançou Carlos Carvalho, do Instituto Nacional de Estatística.

Durante a sua intervenção no Seminário Caramulo, pensar o presente, planear o futuro, que decorreu durante a tarde de hoje no Caramulo, Carlos Carvalho apresentou alguns resultados provisórios do inquérito sobre os impactos dos incêndios de grande dimensão.

"84% da área de pinheiro bravo ardida no incêndio do Caramulo era de Tondela, assim como 62% de eucalipto e 72% do total dos povoamentos florestais", apontou.

Ao longo da sua apresentação, sublinhou que mais de um quinto da área dos povoamentos florestais ardeu em Tondela, acrescentando ainda que no que toca à distribuição dos danos económicos, este "foi sem dúvida o município mais afectado" pelos incêndios do Caramulo, que atingiram ainda os concelhos de Vouzela, Oliveira de Frades e Águeda.

Em termos de distribuição de danos económicos na agricultura, "91% estão alocados em Tondela" e também na distribuição de danos económicos na parte das infra-estruturas colectivas o mesmo concelho volta a ter a maior parte dos danos.

Rui Pedro Sobral, do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, foi outro dos intervenientes no seminário promovido pela Câmara de Tondela, no qual revelou que a área ardida dos incêndios do Caramulo totaliza 9400 hectares.

"É uma área brutal, considerando a escala do país e também dos incêndios que ocorreram nas últimas décadas", sustentou.

Rui Pedro Sobral destacou que os incêndios do Caramulo tiveram três grandes ocorrências em Agosto do ano passado, a de Alcofra onde arderam 1522 hectares, a de Silvares onde foram consumidos 1346 hectares, e a do Guardão em que arderam 6547 hectares.

O concelho de Tondela foi o mais atingido, tendo ardido 6123 hectares, seguindo-se Vouzela com 1394, Águeda com 1269 e Oliveira de Frades com 603.