Na origem do crime, que a Polícia Judiciária investiga, está o facto de a vítima ter estacionado o automóvel em cima da rampa da garagem da moradia da mesma avenida onde mora o agressor, um homem de 67 anos, com a mãe, de 96 anos. O PÚBLICO não conseguiu confirmar se esta foi a primeira vez que os dois homens se desentenderam por este motivo.

Certo é que pelo menos nesta sexta-feira o diferendo teve desenvolvimentos dramaticamente violentos. Segundo relatos ouvidos pelo PÚBLICO, o agressor terá esvaziado os quatro pneus do automóvel da vítima, na ausência desta. Terá aberto as válvulas dos pneumáticos e perfurado pelo menos um deles.De seguida, dirigiu-se a um café da vizinha Rua de Costa Cabral, onde terá comentado que ainda iria esfaquear o automobilista, protestando que encontrava sistematicamente o acesso à garagem obstruído por viaturas mal estacionadas, em desrespeito pela rampa.

Ao regressar a casa, por volta das 17h, passou pelo posto da BP onde reconheceu a carrinha da vítima, cujos pneus um funcionário da gasolineira tentava encher junto da máquina de ar comprimido.

De acordo com testemunhos recolhidos pelo PÚBLICO, o homicida aproximou-se e identiificou-se imediatamente como a pessoa que havia esvaziado os pneus da viatura, insultando a vítima e atingindo-a com um soco, que a atirou ao chão. Os dois homens envolveram-se depois numa luta corpo a corpo, com o funcionário do posto a tentar separá-los e a apelar à vítima para se refugiar na loja. Mas o agressor reaproximou-se do automobilista e enterrou-lhe uma faca no tronco.

Já com a vítima no chão, a esvair-se em sangue, o agressor atingiu-a com um violento pontapé na cabça, após o que se afastou a passo, atirando de passagem a arma do crime para um dos contentores de lixo existentes entre a entrada da estação de metro e o posto de abastecimento de combustível.Acabou por se entregar voluntariamente à PSP, apresentando-se na esquadra do Bom Pastor, na zona da Arca d'Água.
 

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