Inaugurada ao final da tarde de sexta-feira, no dia em que se assinalava o aniversário do nascimento de Aquilino Ribeiro, a escultura inspirou-se numa fotografia de 1946, mostrando o escritor sentado à secretária, a escrever. Segundo Yuraldi Rodríguez Puentes, o ácido terá sido colocado na escultura - no chão, na cadeira e no casaco de Aquilino Ribeiro - depois da 1h desta quinta-feira.

"O ácido corrói o bronze. Vão ficar marcas para sempre", lamentou, depois de ter tentado limpar a escultura. Também a réplica do tinteiro de Aquilino - que está colocada em cima da secretária, junto de algumas das obras mais conhecidas do escritor - sofreu danos, por o terem tentado dobrar.

Yuraldi Rodríguez Puentes mostrou-se "muito incomodado" com a situação, questionando o que poderá ter levado alguém a este ato de vandalismo.

Durante o dia tem havido um fluxo maravilhoso de pessoas, já foram tiradas milhares de fotografias. As pessoas adoram a obra. O pior é durante a noite", disse o escultor, que passa frequentemente no local para ver como está a ser a aceitação do seu trabalho.

Com o objectivo de dissuadir futuros actos de vandalismo, defendeu que o local deve ter iluminação directa e uma câmara de vigilância, até para segurança de quem, durante a noite, frequenta os bares do Mercado 2 de Maio, situado mesmo em frente.

Jerónimo Costa, membro da direção do Centro de Estudos Aquilino Ribeiro e director dos Cadernos Aquilinianos, disse à Lusa já ter apresentado queixa na PSP. "É intolerável que uma obra de arte de Aquilino Ribeiro, pela qual esperámos tanto tempo, tenha sido alvo de vandalismo poucos dias após a inauguração", sublinhou.

Nascido a 13 de Setembro de 1885, em Carregal, no concelho de Sernancelhe, Aquilino Ribeiro é autor de obras como Quando os lobos uivam, Terras do Demo, A casa grande de Romarigães e O Malhadinhas.