"O "El Corte Inglés" manifestou junto da Câmara interesse em se instalar em Carcavelos sem ter formalizado qualquer pedido. O que lhe posso dizer é que a autarquia não está receptiva. O presidente da autarquia já ouviu a associação de comerciantes e está disposto a manter o seu compromisso eleitoral de não autorizar a edificação de grandes superfícies comerciais nos quatro anos de mandato", afirmou ao PUBLICO um assessor de imprensa da Câmara de Cascais, Rui Soares.

A Associação Comercial do Concelho de Cascais já foi ouvida por António Capucho e manifestou a sua oposição ao projecto. "A Câmara pediu-nos um parecer e nós convocámos para sexta-feira uma reunião de empresários e comerciantes para discutir o assunto e emitir o parecer", afirmou Pedro Canelas, presidente da associação. "De qualquer forma, pensamos desde já que não é uma boa ideia".

Pedro Canelas acredita que António Capucho fará juz ao compromisso eleitoral de não autorizar novas unidades comerciais de grande envergadura no concelho: "Ele é um homem de bem, um amigo, uma excelente pessoa, com quem mantemos as melhores relações. Já tivemos uma reunião com ele e pareceu-nos que não está interessado no projecto".

A associação afirma que, antes de Cascais, já a autarquia de Oeiras fora sondada pelo "El Corte Inglés" sem sucesso e que o empreendimento só prejudicará os comerciantes da zona: "Vai arruinar o tecido comercial local. Não acreditamos na promessa de criar 1.500 empregos. Em Lisboa também prometeram 80 por cento de produtos nacionais e não cumpriram. O que acontecerá se se instalarem em Carcavelos é que deixar-se-ão de vender ali produtos nacionais para vender produtos espanhóis e os empregos vão para os espanhóis também".

Susana Santos, porta-voz do "El Corte Inglés" desmente que a empresa tenha manifestado directamente a intenção de se instalar em Carcavelos: "Para já, não manifestámos nenhuma intenção nesse sentido. Temos feito prospecção de mercado na Grande Lisboa mas daí até manifestarmos vontade directa de instalação em Carcavelos..."