Câmara sem resposta para combater acampamentos ilegais em Lisboa
Vereadora da Habitação diz que a autarquia não tem instrumentos para lidar com a situação.
Confrontada pela agência Lusa com a existência de um acampamento ilegal de cidadãos romenos junto à Radial de Benfica (por baixo do viaduto do Eixo Norte-Sul, junto a Sete Rios), desmantelado a 15 de Janeiro pela Polícia Municipal e entretanto reactivado – e que foi objecto de reportagem do PÚBLICO no passado sábado –, Helena Roseta assumiu que a autarquia, neste momento, “não tem resposta para o problema”. “Isto tem contornos difíceis e nós não temos neste momento resposta, esta é que é a verdade”, disse a vereadora, admitindo: “Com toda a sinceridade, tenho de confessar que, neste momento, não sabemos como fazer, porque não temos instrumentos, não temos ferramentas para isto, a começar pela língua”.
No entanto, Helena Roseta garantiu que a câmara tem “feito o acompanhamento” deste tipo de situações, que são já várias na cidade, inclusive perto da câmara, junto ao parque da EMEL (Empresa Municipal de Estacionalmento de Lisboa) do Corpo Santo. “[Acompanhamos estes casos] por um lado, através de policiamento, porque a câmara tem obrigação de policiar as ocupações ilegais de terrenos, por outro lado através do Departamento de Desenvolvimento Social, que tem feito várias visitas e tem tentado entrar em contacto com estes grupos de população”, disse, admitindo que “não é fácil”.
As populações que montam estes acampamentos são “muito voláteis, não falam português e fogem dos técnicos e da polícia”, explicou. “Tem sido o jogo do gato e do rato. A polícia vai lá e tira tudo. E depois, passado uns tempos, aquele grupo desaparece e o mesmo ou outro aparece e instala-se no mesmo sítio”, disse, lembrando que estes acampamentos “são instalações extremamente precárias, à base de caixas de cartão, de canas”.