Câmara de Vila Franca de Xira projecta nova biblioteca para a zona ribeirinha

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Antevisão do futuro edifício da biblioteca, junto ao Tejo DR

O grupo Obriverca, proprietário da velha fábrica, pretende criar espaços de habitação e de comércio e serviços em toda a área virada para o Tejo. Do lado da linha férrea, uma parte da fábrica terá que ser totalmente demolida por exigência da Refer, que pretende ter ali uma faixa de reserva para a eventual construção de uma terceira via de circulação ferroviária na travessia de Vila Franca de Xira.

O acordo estabelecido entre a autarquia e o grupo proprietário do terreno prevê a cedência da parte norte para a construção da biblioteca, que substituirá a actual biblioteca municipal vila-franquense, inaugurada há perto de 20 anos, mas localizada numa área (Travessa do Curral) de difícil acesso e com muito poucos lugares de estacionamento.

"É um projecto que se enquadra na reabilitação da zona. Tendo em conta que Vila Franca necessita de uma nova biblioteca que substitua a actual e que as bibliotecas, hoje, são muito mais um espaço vivido pelas pessoas com múltiplas actividades, entendemos que a sua concretização na zona ribeirinha vinha enriquecer o projecto", explica Maria da Luz Rosinha, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira.

O arquitecto Miguel Arruda, por seu lado, acrescenta que hoje em dia uma biblioteca não é um espaço para armazenar livros. "É sobretudo um espaço de relacionamento entre as pessoas, que pode e deve desempenhar um papel extremamente actuante do ponto de vista sociocultural", afirma. Segundo o arquitecto, para além da sua posição privilegiada junto ao Tejo, a futura biblioteca organiza-se no seu interior "com espaços que comunicam entre si". Actualmente, garante, só em Londres e em Nova Iorque haverá bibliotecas multifunções com as características que prevê para Vila Franca de Xira.

João de Carvalho, vereador com o pelouro da cultura e a tutela as bibliotecas municipais, frisou que este equipamento vai ter "um valor extraordinário" e acrescentou que a Divisão de Bibliotecas já está a estudar o aproveitamento dos equipamentos da actual biblioteca da sede de concelho para a nova, sendo necessário adquirir mais alguns. O autarca do PSD sugeriu que o espaço comercial vizinho da biblioteca venha a ser destinado a uma livraria.

Financiamento gera dúvidas

O financiamento da obra é, nesta altura, a principal dúvida. Vereadores da CDU referiram que terá chegado a ser encarada pelo executivo camarário a possibilidade de envolvimento financeiro do promotor e de utilizar nesta obra algumas das verbas do Polis XXI aprovado para a requalificação da frente ribeirinha vila-franquense. Maria da Luz Rosinha, contudo, diz que a construção da biblioteca não está inserida na candidatura do Polis XXI, mas que o executivo camarário aguarda que o Programa Operacional Regional de Lisboa (POR Lisboa) abra uma nova medida de apoio que possa abranger empreendimentos deste tipo.

"Estamos já a levar este projecto a diversas entidades, sensibilizando-as para a necessidade urgente de abrir esta medida. Caso não haja a abertura dessa medida no POR Lisboa, com a fraca execução do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) esperamos que a região de Lisboa possa ter mais verbas à sua disposição. Devemos aproveitar a oportunidade de dotar a cidade com um equipamento de referência", salientou.

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