Câmara de Viana gasta 60 mil euros para tornar estacionamento gratuito em Agosto
Condutores terão mais 2070 lugares para estacionar sem pagar no centro da cidade.
Segundo uma deliberação municipal à qual a agência Lusa teve acesso, em causa estão quatro parques de estacionamento subterrâneos e um à superfície, que, no seguimento de uma campanha idêntica em vigor de Maio a Julho e entre Setembro e Dezembro, foi alargada a Agosto.
Assim, segundo a deliberação proposta pela maioria socialista e já aprovada, o município vai pagar ao grupo PA Parques 43.050 euros por 1520 lugares de estacionamento relativos a três parques (Campo d’Agonia, antigo Mercado e Afonso III), que assim continuam a ser gratuitos diariamente entre as 20h e as 2h, e aos sábados e domingos durante todo o dia, em Agosto.
Soma-se o pagamento de 14.790,78 euros ao grupo Rites, por 400 lugares no Parque 1.º de Maio, e 3000 euros à empresa Reis Parque, por 150 lugares na marina da cidade.
Chamar turistas à cidade
O objectivo da medida, que envolve um protocolo de colaboração com a Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) e com a Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (APHORT), é a “promoção, comercial e atracção de turistas” à cidade, motivo pelo qual a autarquia optou por alagar a medida, e respectivo pagamento aos concessionários privados, a este mês.
Insere-se na campanha “Viana do Castelo com o comércio tradicional”, apresentada em Abril, e que envolve vários parques de estacionamento pagos que funcionam no centro da cidade.
Totalmente financiada pela Câmara Municipal, esta campanha custaria 54.300 euros para o total dos sete meses (Maio a Dezembro, excepto Agosto).
Contudo, só o alargamento a este mês, o de maior movimento na cidade de Viana do Castelo, custará à autarquia 60.840 euros, o que já levou o PSD local a afirmar tratar-se de uma medida “eleitoralista”, reclamando antes uma solução “definitiva”, através da criação de estacionamento gratuito à superfície no centro da cidade.
Contactada pela Lusa, a Câmara não quis comentar estas acusações. No entanto, o autarca socialista José Maria Costa tinha já justificado esta campanha com as “dificuldades sentidas” pelos comerciantes locais face ao “menor poder de compra” dos clientes, pretendendo “promover” a visita à cidade e aos seus pontos de atracção, sendo o alargamento a Agosto justificado pelo “sucesso” já obtido com a campanha.