BE denuncia encerramento de SASU no Porto em Janeiro e critica ARS-Norte

Deputado João Semedo questionou Governo sobre a medida que, adverte, sobrecarregará as urgências hospitalares.

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As instalações do SASU da Constituição pertencem ao Estado Paulo Pimenta

Preocupado com as consequências do fecho da unidade para os utentes, o deputado e líder do BE, João Semedo, entregou ontem no Parlamento uma pergunta dirigida ao ministro da Saúde, Paulo Macedo, questionando-o sobre o encerramento do SASU na cidade do Porto. “Qual é a razão para a significativa redução do horário dos serviços de atendimento complementar que a Administração Regional de Saúde do Norte pretende instalara em substituição do SASU?”, pergunta o parlamentar.

João Semedo afirma não compreender esta decisão e argumenta que o “SASU tem permitido atender situações urgentes de doença aguda fora do horário de funcionamento dos centros de saúde, quer nos dias úteis, quer nos feriados e fins-de-semana, evitando, assim, que milhares de utentes sobrecarreguem as urgências hospitalares da cidade”.

Segundo o BE, a “ARS-N pretende encerrar o SASU e substituir o seu funcionamento pelo prolongamento do horário de dois serviços de atendimento complementar, uma para a zona Ocidental, outro para a zona Oriental da cidade, estando previsto num caso e noutro uma significativa redução do horário de atendimento relativamente ao actualmente praticado no Serviço de Atendimento de Situações de Urgência, redução que irá criar novas e mais dificuldades de acesso para os doentes urgentes com doenças agudas”.

O Bloco precisa que o SASU funciona actualmente entre as 20h e as 24h todos os dias úteis e que, no futuro, o atendimento complementar será apenas até às 22h. E acrescenta:“Aos fins-de-semana e feriados, o corte ainda será maior. O SASU funciona hoje entre as 9h e as 23h, mas no futuro passará a funcionar entre as 9h e as 16h”.

João Semedo não compreende observa que “a redução do horário deixará muitos utentes sem serem observados e tratados, a não ser que recorram às urgências hospitalares, não só mais caras, mas, também, muito sobrecarregadas e onde os utentes esperam horas e horas para ser atendidos”. Esta decisão, sublinha ainda,“agravará as condições de acesso aos serviços de saúde e deslocará para os hospitais milhares de doentes que podiam perfeitamente resolver o seu problema de saúde no plano dos cuidados primários como actualmente acontece com o SASU”.

O PÚBLICO tentou obter uma reacção do ARS-N sobre o encerramento daquele serviço, mas a Administração Regional de Saúde não quis comentar, alegando que a sua posição será conhecida na altura em que responder ao BE. O PÚBLICO apurou que o edifício onde funciona actualmente o SASU, que é do Estado, deverá ser ocupado pela Unidade de Saúde Familiar de Serpa Pinto.
 
 
 

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