António Costa avaliza terminal de contentores no Barreiro

Presidente da câmara de Lisboa assina nesta terça-feira protocolo com câmara do Barreiro e APL, entidades que lutam pela localização do novo terminal portuário nos terrenos da Baía do Tejo

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Enric Vives-Rubio

O “Acordo de Cooperação Institucional sobre a actividade portuária”, vai ser assinado esta manhã, às 12h, numa cerimónia no rio Tejo, a bordo de um barco da Soflusa, em que vai estar o presidente da autarquia lisboeta.

A presença de António Costa na assinatura do protocolo foi confirmada ao PÚBLICO por uma assessora de imprensa do autarca.

A adesão da câmara de Lisboa a estes protocolos, que a autarquia do Barreiro e a APL têm vindo a assinar com diversas entidades, no âmbito da defesa da localização do novo terminal no território da Baía do Tejo, é vista pelos responsáveis envolvidos no processo como um aval de António Costa à opção Barreiro.

O “gesto de conforto” do edil de Lisboa, secretário-geral do PS e candidato a primeiro-ministro, é particularmente relevante por tratar-se de matéria cuja decisão deverá ficar para o próximo governo.

A ideia de que a decisão sobre a localização do novo terminal só pode ser tomada na próxima legislatura tem sido defendida pelo PS local e regional. “Sabemos que a actividade portuária é importante para a Área Metropolitana de Lisboa, mas não aceitamos que um governo moribundo e que está, no máximo, a oito meses das eleições, vá assinar um contrato de concessão de 100 anos, em nome do país e do Barreiro”, disse o deputado socialista, Eduardo Cabrita, numa conferência de imprensa promovida recentemente pelo PS/Barreiro.

O PSD, tanto a concelhia do Barreiro como a distrital de Setúbal, através do deputado Bruno Vitorino, rejeita que a decisão sobre a localização não possa ser tomada pelo actual Governo. “É uma decisão que não deverá ser condicionada nem pelo PS, nem por calendários eleitorais”, afirma o líder laranja no distrito e vereador eleito no Barreiro.

A localização no Barreiro do novo terminal de contentores tem sido publicamente defendida pelo presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, e pela presidente da APL, Marina Ferreira, que têm conseguido apoios de peso para esta opção.

Entre protocolos assinados, do mesmo género do que vai hoje ser rubricado com o município de Lisboa, e outras manifestações públicas, como participações em conferências e até deslocações a Bruxelas, os defensores da localização no Barreiro já contam com o apoio de entidades como Estradas de Portugal/REFER ou Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).     

Outra entidade que tem protocolo assinado, também, para esta “cooperação institucional sobre a actividade portuária” é a Baia do Tejo, a empresa participada pela Parpublica, que gere os territórios da antiga Quimiparque, no Barreiro, que acolhem a localização do novo porto proposto para o Barreiro.

Esta localização tem sido objecto de vários estudos, ainda não concluídos e é considerada não apenas “exequível”, por exemplo pelo Administrador Principal das Redes Transeuropeias de Transportes, José Laranjeira Anselmo, que visitou o Barreiro no mês passado, como até “irreversível”, como defende o vereador da CDU no município barreirense, Rui Lopo, argumentando com o interesse de investidores internacionais na futura concessão.

 

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