Açores lamentam falta de apoio do Governo para recuperar danos do temporal
Conselho de Ministros decidiu aprovar apenas um flexibilização dos limites de endividamento dos municípios afectados.
Vasco Cordeiro reagia assim à decisão do Conselho de Ministros, que aprovou nesta quarta-feira uma flexibilização dos limites de endividamento dos municípios para fazer face aos estragos causados pelo mau tempo que atingiu recentemente os Açores. No passado dia 20 de Março, o chefe do executivo açoriano enviou uma carta ao primeiro-ministro a solicitar a solidariedade nacional face aos estragos provocados pelas intempéries, que ascenderam a cerca de 35 milhões de euros.
Na prática, frisa Cordeiro, o que foi aprovado em Conselho de Ministros, representa uma “recusa ao pedido de ajuda que foi feito pelo Governo dos Açores ao Governo da República”. “Mais valia dizerem, claramente, que não estavam disponíveis para ajudar, porque esta artimanha de dizer que se apoia os municípios serve apenas para enganar as pessoas”, afirmou Vasco Cordeiro que classifica a decisão do Governo da República de “lamentável” e de “acto de cobardia política”.
Segundo a deliberação do Conselho de Ministros, os municípios afectados pela intempérie do passado dia 14, nos Açores, vão poder ultrapassar os limites de endividamento, dando às autoridades regionais a tarefa de avaliar quais as situações abrangidas por esta medida.
Os prejuízos causados pelo temporal que atingiu as ilhas Terceira e S. Miguel, nos Açores, e que provocou três mortos no concelho da Povoação, foram estimados pelo Governo açoriano em cerca de 35 milhões de euros. Este valor inclui os estragos provocados em 41 habitações na freguesia de Porto Judeu, na ilha Terceira, onde uma pessoa ficou ferida e 30 ficaram desalojadas devido ao transbordo de uma ribeira, e os estragos em quatro habitações na freguesia do Faial da Terra, na ilha de São Miguel, onde morreram três pessoas.