Ajudas garantem sobrevivência da raça garrana até 2013
a Um criador de garranos recebe um incentivo comunitário de 170 euros por animal, o que, por si só, deverá garantir a sobrevivência da raça até 2013, data em que termina a atribuição daquela ajuda. "Depois de 2013, não sei", disse, à Lusa, o presidente da Associação de Criadores de Equinos de Raça Garrana (ACERG). Segundo João Paulo Ribeiro, há em Portugal cerca de 600 criadores de garranos, com um total de 2000 animais, 1800 dos quais fêmeas. No entanto, e de acordo com o mesmo responsável, os números provam que cerca de 15 por cento dos garranos que andam nos montes acabam por "desaparecer", por doença, velhice ou roubo, ou ainda por ataques do homem e do lobo. "Mesmo assim, acredito que esta raça tem todas as condições para sobreviver", ressalvou.
Para João Paulo Ribeiro, o futuro passa pela crescente aposta no garrano para a atrelagem, para a criação de equipas de horseball e para a equitação. "Estamos a importar póneis para a iniciação à equitação, quando podíamos muito bem aproveitar o garrano, que é um cavalo extremamente dócil e um animal de sela excepcional", referiu.
O garrano nasce e cresce no monte, em ambiente semi-selvagem, alimentando-se dos pastos que encontra, sendo, por isso, a sua carne "100 por cento natural". A época do cio das fêmeas acontece entre Abril e Maio, sendo então a altura dos "garanhões" mostrarem a sua raça. "Cada macho tem um harém, com uma média de 20 a 30 fêmeas, e é o único responsável pela sua cobrição", explicou João Paulo Ribeiro.
A ACERG implementou um sistema de identificação de todos os garranos, que permite responsabilizar os seus proprietários, sempre que os cavalos "decidem" abandonar os montes e invadir terrenos privados, destruindo hortas e culturas. "Mesmo assim, ainda há quem decida matar os cavalos a tiro, de uma forma selvática, como aconteceu recentemente em Paredes de Coura e Melgaço", lamentou, reconhecendo que este é a principal ameaça.