Escadas rolantes na estação Baixa-Chiado tiveram 144 avarias no ano passado

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Sem ajuda dos meios mecânicos, clientes têm de subir e descer muitos lanços pelo próprio pé RUI GAUDENCIO

Meio milhão de pessoas viaja todos os dias no metro da capital e muitos têm a vida dificultada devido aos problemas que se estendem aos elevadores. Empresa promete solução até Março

Na estação de metro Baixa-Chiado, uma das mais concorridas da rede de metropolitano de Lisboa, houve 144 avarias nas escadas rolantes em 2010. Segundo a empresa, estas situações "originaram aproximadamente três horas de paragem por cada escada rolante", um dado meramente estatístico, porque quem frequenta esta e outras estações já aprendeu que as escadas rolantes estão fora de funcionamento semanas ou mesmo meses seguidos.

Quatro lanços de escadas rolantes separam a estação da Baixa-Chiado da estátua Fernando Pessoa, no Largo de Camões. Maria Rosa, de 70 anos, prepara-se para subir o quarto lanço, o último antes da saída. Mas aquele não rola. "Há quase um mês que estas escadas estão assim", conta, subindo a pé, devagar, até os degraus acabarem. "Chego aqui e tenho de parar para descansar", lamenta.

As avarias afectam também elevadores e estende-se a outras estações. O PÚBLICO pediu números e um mapa detalhado dos problemas, mas a responsável pelos contactos com a imprensa diz que esse levantamento envolve várias áreas da empresa e que demora mais tempo.

Ontem, o cenário na Baixa-Chiado não oferecia dúvidas: de um lado, um dos quatro lanços que ajudam as pessoas a subir não funcionava. Do outro lado, três dos quatro que ajudam a descer estavam parados. Às questões do PÚBLICO, a empresa admitiu que "um dos lanços está em suspenso desde Novembro de 2010, os outros desde Janeiro deste ano".

A rede de metro de Lisboa tem 56 estações, espalhadas por quatro linhas. Na Estação dos Olivais (Linha Vermelha), há um par de escadas mecânicas que está parado há meses. O acesso está vedado com uma fita e um aviso: "Equipamento fora de serviço". Diz a empresa que essas avarias decorrem da "elevada utilização e das horas de funcionamento dos equipamentos, assim como do normal desgaste dos componentes que os integram". Outras vezes, "de actos de vandalismo".

Em média, 500 mil pessoas utilizam diariamente o metro de Lisboa. As avarias que obrigam a parar escadas rolantes e elevadores afectam sobretudo as pessoas de mobilidade reduzida, quem transporta carrinhos de bebé ou malas de viagem. "Há uns dias, um senhor com muletas teve de dar a volta e utilizar a outra entrada", conta Armanda Neves, de 53 anos, utilizadora diária da Estação do Rato, a última da Linha Amarela.

Diz que desde Julho que as escadas mecânicas descendentes que ligam à Rua do Salitre estão paradas. Confessa, por isso, que já houve algumas situações em que foi necessário pedir ajuda. "No outro dia tive de chamar o segurança para ajudar uma senhora com um carrinho de bebé, porque ela sozinha não conseguia descer."Ontem, os elevadores que dão acesso ao cais de embarque dos Olivais não funcionavam. A história repete-se em algumas das principais estações: Oriente, Alameda e Baixa-Chiado. Nesta última, dois dos três elevadores estão avariados há mais de quatro meses, diz a empresa, garantindo que está a trabalhar para resolver o problema, com novos contratos de manutenção. "Até ao final do primeiro trimestre de 2011, início do segundo", a situação estará resolvida, promete.

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