Os eleitos socialistas no executivo municipal de Beja acusaram os seus opositores da CDU de terem gasto 223 mil euros nas festas da cidade, em 2009, ano de eleições autárquicas, e quando a coligação comunista governava em maioria a autarquia.

O vereador socialista Miguel Góis descreveu os contornos do evento de 2009, frisando que houve "repartição de encargos", dividindo a realização das festas da cidade por várias empresas, todas elas de fora de Beja, "para fugir aos ajustes directos", um expediente que o autarca disse ser "contra a lei." A gestão da CDU liquidou "mais de 50 por cento" dos encargos com as festividades, entre um a dois meses "antes da sua ocorrência", destacou Miguel Góis, acrescentando ainda que "não foi lançado qualquer concurso público". O vereador socialista adiantou que "só em refeições e alojamento" foram gastos mais de 22 mil euros nas festas da cidade de 2009.

Miguel Góis respondia assim às questões que tinham sido levantadas pelos vereadores da CDU, sobre o Festival do Amor, realizado entre 1 e 5 deste mês, no âmbito das festas da cidade de 2011, cuja organização foi entregue à empresa Cocas Produções, a mesma que fez a campanha eleitoral autárquica do PS em 2009.

Miguel Ramalho, vereador da CDU, recusou qualquer comparação com as festas de 2009. O autarca lembrou que, para o evento realizado em 2011, os respectivos encargos "foram adjudicadas por 74.900 euros", apenas 100 euros abaixo do limite máximo que obriga à realização de um concurso público, para depois serem "retiradas" despesas que fizeram parte da iniciativa, destacando os serviços de policiamento e spots publicitários para promover a iniciativa.

O vereador da CDU insiste que o processo liderado pelo executivo socialista "não foi transparente", sublinhando que as acusações feitas pela coligação "são legítimas e verdadeiras".