A maior obra de sempre em Braga

O Parque Norte de Braga já está aprovado. A partir de agora, este megaprojecto vai avançar por fases, devendo estar concluído lá para 2006. Esta estrutura desportiva, de lazer e recreativa vai mudar a face da zona norte da cidade e deverá atrair inúmeros visitantes de todo o país, uma vez que vai dispor de uma pista sintética de esqui."É o maior projecto que vai ser executado pela Câmara de Braga desde que sou presidente, há 22 anos. Isto exige um cuidado especial". Com estas palavras, Mesquita Machado sublinha a importância que atribui à construção do futuro Parque Urbano da Cidade de Braga - habitualmente designado por Parque Norte -, cujo projecto foi aprovado por unanimidade na última reunião da autarquia. Trata-se de um megaprojecto desportivo, de lazer e recreativo, com uma dimensão tal que não permite ainda avaliar com rigor os prazos de execução e o volume total do investimento, mas o autarca adianta ao PÚBLICO que, no mínimo, custará 12 milhões de contos e talvez esteja concluído até 2006. A maior parte dos terrenos do Parque Norte - que ocupará uma área superior a meio milhão de metros quadrados - ficam situados nas freguesias de S. Vicente e Dume. O projecto, da autoria do arquitecto Rafael Gaspar (ver segundo texto), inclui, entre outras estruturas, um novo estádio de futebol, com capacidade para trinta mil pessoas, um centro de estágio, um pavilhão gimnodesportivo, várias piscinas, um circuito de manutenção, um novo pólo da "Bracalândia" e uma zona para desportos radicais - onde ficará uma pista sintética de esqui, que deverá tornar-se na principal atracção do parque. Tudo isto servido por vários parqueamentos e novas vias rodoviárias de acesso, nomeadamente a futura variante que ligará Braga à nova ponte de Prado, que será inaugurada já em Setembro. A aprovação deste plano constitui assim o primeiro passo para o arranque das operações no terreno, abrindo desde já "duas frentes de trabalho", como lhes chama Mesquita Machado. A primeira passa pela aquisição, pela autarquia, dos terrenos pertencentes a particulares (alguns já são municipais) que se encontram na área do parque; por outro lado, em simultâneo, começarão a ser elaborados os projectos de especialidades, como é o caso das redes de infra-estruturas e dos múltiplos equipamentos previstos. Dada a dimensão do projecto, o presidente da Câmara de Braga adianta também que, já esta semana, vai ser criado um gabinete técnico na autarquia, que acompanhará o desenrolar do processo.Neste momento, a edilidade ainda não sabe ao certo quanto virá a custar o Parque Norte. Contudo, numa previsão por baixo, Mesquita Machado "atreve-se" a apontar para uma dúzia de milhões de contos, que, a manter-se as actuais regras de acesso aos fundos comunitários, poderá contar com uma comparticipação de 75 por cento de dinheiros europeus, no próximo quadro comunitário de apoio. Os restantes 25 por cento ficarão a cargo da autarquia, que ainda poderá receber uma contribuição parcial do Governo. Naturalmente, o projecto irá avançando por fases, que não estão ainda definidas, uma vez que, neste aspecto, tudo está dependente da decisão que venha a ser tomada pela UEFA, quanto à possibilidade de entregar a Portugal a organização do Campeonato da Europa de Futebol, em 2004. Ou seja: se a prova se realizar cá, a construção do novo e moderno estádio - que já tem garantido um milhão e meio de contos de financiamento governamental - terá absoluta prioridade, dado que está incluído no "roteiro" apresentado pela Federação Portuguesa de Futebol (Mesquita Machado mostra-se muito confiante quanto à decisão da UEFA, o que não é despiciendo, atendendo a que o autarca preside à assembleia geral da federação). Se a candidatura portuguesa acabar derrotada, então o mais certo é que o estádio seja construído a um ritmo mais lento, permitindo apontar outras prioridades. Em qualquer dos casos, Mesquita acredita que - "trabalhando num ritmo acelerado" - este projecto fique concluído até 2006. "O Parque Norte vai beneficiar toda a cidade e o concelho de Braga - ultrapassando mesmo essas fronteiras - e será determinante para melhorar a qualidade de vida da população". Com este objectivo proclamado, Mesquita justifica assim a escolha desta zona da cidade para instalar este megaprojecto, que vai mudar radicalmente a face norte de Braga: "É a única zona da cidade que não tem grandes equipamentos desportivos, ao contrário do que acontece com o Parque da Ponte, com o complexo da Rodovia e com o de Maximinos [em contrução]". Acresce ainda outro factor determinante: "Dada a inclinação natural dos terrenos, do ponto de vista topográfico esta é uma zona excelente para construir este tipo de equipamentos", argumenta o autarca socialista. Com a criação deste novo ponto de atracção a norte - retirando o centro histórico, as várias centralidades de Braga estão todas concentradas a sul e a nascente da cidade - não é de estranhar que a pressão urbanística se faça sentir nesta zona. Reconhecendo essa possibilidade, Mesquita garante que a autarquia "já acautelou" essa eventualidade, através da criação de "um plano urbanístico que rodeia o parque" e servirá assim de zona tampão. A câmara poderá ainda vir a adquirir alguns terrenos destinados a habitação na área circundante do parque, servindo assim de "amortecedor aos preços dos terrenos nessa zona". Uma forma de tentar evitar a quase inevitável especulação que costuma surgir nestas alturas.

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