Ex-chefe da polícia britânica revela que a Al-Qaeda tentou assassinar Tony Blair

O ex-comissário John Stevens garante na sua autobiografia que Tony e Cherie Blair estiveram na mira de atiradores furtivos durante as cerimónias dos 50 anos da coroação da rainha Isabel II

O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, foi ameaçado em Junho de 2002 por um ataque de um grupo ligado à rede terrorista da Al-Qaeda, mas o atentado não ocorreu devido provavelmente ao reforço das medidas de segurança, referiu o antigo chefe da Scotland Yard, John Stevens. Na sua autobiografia, que está a ser publicada em capítulos pelo semanário News of the World, o ex-comissário da polícia metropolitana refere que as informações recolhidas pelos serviços secretos apontavam para ameaças muito precisas e credíveis dirigidas a Blair e à sua mulher Cherie, por ocasião do 50º aniversário da coroação da rainha Isabel II. Segundo estas informações, o casal deveria ser abatido por atiradores furtivos no decurso do desfile do Jubileu, que decorreu em Londres.
Stevens refere que após ter tomado conhecimento destas ameaças se encontrou de imediato com o primeiro-ministro em Downing Street para o advertir "que poderíamos estar confrontados com um perigo". Em resposta, Blair terá referido que "colocava o seu dever à frente da sua segurança pessoal e que tinha a intenção de participar como previsto nas cerimónias. Cherie também estava resolvida a fazê-lo", prosseguiu o chefe da polícia.
"Tratava-se de uma ameaça significativa. Blair permaneceu muito calmo e muito pragmático. Sabia que existia uma ameaça específica contra si e contra a sua mulher e no entanto permaneceu absolutamente calmo", assegura Stevens nas suas memórias.
De acordo com o jornal, o casal Blair recusou-se a utilizar coletes à prova de bala mas no decurso das celebrações foram rodeados por polícias de elite "secretamente armados". No entanto, e quando as personalidades se reuniram perto do palácio de Buckingham, a residência da rainha, a polícia terá sentido um particular momento de tensão. "Senti-me extremamente nervoso quando o desfile se aproximou", refere Stevens, numa referência à forma como a multidão era permanentemente vigiada, com o objectivo de evitar qualquer incidente grave. "Estava constantemente a observar as faces das pessoas entre a multidão para tentar detectar sinais de perturbações, e pedia a Deus para que nada surgisse de qualquer local", acrescentou.
Mais de um milhão de pessoas desceram às ruas da capital no decurso das celebrações dos 50 anos do Jubileu de Ouro da rainha, enquanto a parada desfilava frente ao palácio de Buckingham
"O facto de não ter sucedido nada estará relacionado com as informações que recolhemos e as precauções que tomámos", explicou. Stevens, que assumiu as funções durante cinco anos antes de se reformar no início deste ano, tinha antes afirmado que foram neutralizados oito ataques terroristas durante o seu mandato, mas optou por não fornecer qualquer detalhe.
Downing Street e a Scotland Yard recusaram comentar estas informações na noite de sábado, ao referirem que nunca discutem questões de segurança.

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