Washington foi atingida pelo maior nevão em mais de 70 anos

Houve centenas de voos cancelados e estradas bloqueadas nos EUA. Na Europa, várias cidades registaram temperaturas de 20 graus negativos

A neve chegou a atingir os 56 centímetros na região de Washington e Baltimore, após a maior queda de neve nos Estados Unidos dos últimos anos. Vários aeroportos estiveram fechados e, em Nova Iorque, o Central Park ficou coberto de neve. Mas o mau frio fez-se sentir também na Europa, onde a linha Eurostar, que liga Paris, Bruxelas e Londres, foi encerrada por tempo indeterminado, após as avarias nos comboios que deixaram cerca de 2000 pessoas retidas várias horas no Túnel da Mancha.

Os serviços meteorológicos norte-americanos dizem que não caía neve assim desde 1932: em menos de 24 horas, acumularam-se 40 centímetros de neve. Ontem de manhã, a neve deu alguma trégua, e houve muita gente a ir buscar os esquis. Os carros pareciam iglus, contou a AFP. Mas para muitas pessoas não havia motivo para festejar. Viram os aeroportos Reagan e Baltimore Washington International fechados justamente quando tinham as malas feitas para visitar a família nas férias de Natal.

O mayor de Washington, Adrian Fenty, declarou situação de emergência por causa da neve, o metro esteve parado e o serviço de autocarros também, porque as estradas se tornaram rapidamente intransitáveis. "Temos muito trabalho a fazer, sem dúvida", disse ao Washington Post a porta-voz do departamento de transportes da capital norte-americana, Karyn Le Blanc.

Não foi só em Washington que isso aconteceu. Também houve voos cancelados ou com atrasos no aeroporto de Filadélfia. Em Nova Iorque, os aeroportos mantiveram-se abertos, mas centenas de voos foram cancelados. Apesar de o metro continuar a funcionar, as autoridades estavam a alertar para a possibilidade de haver atrasos.

Para Boston, os serviços meteorológicos previram quedas de neve de 2,5 a cinco centímetros por hora, com ventos fortes, e nos comboios de longa distância houve atrasos de duas a três horas. Os governadores da Virgínia e do Maryland também declararam situação de emergência.

A tempestade causou pelo menos duas mortes, uma em Washington outra na Virgínia, onde uma mulher de 68 anos morreu num acidente de carro, adiantou a Reuters.

Frio mata na Europa

As baixas temperaturas e a queda de neve afectaram também várias cidades europeias. A linha de comboios Eurostar, que atravessa o Canal da Mancha e liga Paris, Bruxelas e Londres, voltou a estar interrompida, depois de, na sexta-feira, mais de 2000 passageiros terem ficado bloqueados no Túnel da Mancha. Chegaram a demorar 16 horas a fazer uma viagem que demora duas.

Na Polónia, a polícia anunciou que, desde o início de Dezembro, já morreram 47 pessoas, a maioria sem-abrigo, devido às temperaturas que atingiram os 18 graus negativos. Em França, as temperaturas atingiram os 24 graus negativos e foram encontradas mortas duas pessoas, um desempregado de 36 anos que morreu dentro da sua caravana em Arras e um sem-abrigo polaco em Marselha, adiantou a AFP. Também morreram duas pessoas, um homem de 19 e outro de 43 anos, em Styrie, no Sudeste da Áustria.

Na Alemanha, houve centenas de acidentes rodoviários, o aeroporto de Dusseldorf foi encerrado e a região da Baviera chegou a registar temperaturas de 33,6 graus negativos. O aeroporto de Bruxelas esteve fechado ontem de manhã, os voos sofreram atrasos no de Amesterdão-Schiphol e no Charles de Gaulle, em Paris.

Foi também lançado o alerta em várias províncias de Espanha, como Burgos, Leão, Palência, Sória e Alava, onde as previsões apontavam para menos de 20 graus negativos.

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