Singapura e Indonésia culpam negócio do óleo de palma por poluição do ar
Fogos ateados para abrir espaço a plantações de palmeiras mergulham a região numa nuvem de fumo.
Autoridades da Indonésia e de Singapura estão a apontar o dedo à cultura do óleo de palma como responsável pela nuvem de poluição que tem afectado sobretudo o segundo destes países nos últimos dias.
Desde segunda-feira que se têm registado níveis elevados de poluição em Singapura. Na sexta-feira, o índice utilizado no país para medir a poluição chegou a 401 pontos, ultrapassando o limite acima do qual a situação é considerada “perigosa”. O índice caiu este sábado para valores entre o nível “moderado” e “prejudicial à saúde”.
O motivo serão fogos deliberadamente ateados em matos e florestas, para abrir espaço à plantação de palmeiras para extracção de óleo – uma actividade que tem estado na mira de ambientalistas nos últimos anos. Os fogos normalmente ocorrem na estação seca, entre Junho e Setembro.
A Indonésia identificou oito empresas alegadamente responsáveis pelos incêndios. Pelo menos duas têm a sua sede em Singapura. “Todas as empresas, sejam da Indonésia, Malásia ou Singapura, serão processadaslegalmente”, disse o ministro indonésio do Ambiente, Balthasar Kambuaya.
O ministro das Florstas, Adi Daryanto, tem no entanto sido mais cauteloso, dizendo que não se pode tirar conclusões apressadas. “Temos de saber de facto o que aconteceu e porque ocorreram os fogos. Pode ter sido também por negligência”, afirmou.
Aviões militares foram enviados para a ilha de Sumatra, para combater os fogos, que atingiram proporções pouco habituais. As autoridades de Singapura calculam que os problemas podem durar ainda semanas.